Presidente do Carrefour sobre morte de João Beto: “Imagens insuportáveis”
Alexandre Bompard usou as redes sociais para falar do assunto. “Os valores do Carrefour não compactuam com racismo”, disse o francês
atualizado
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O presidente do grupo Carrefour, Alexandre Bompard, utilizou as redes sociais para comentar a morte de João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos. O homem negro foi espancado até a morte, nessa quinta-feira (19/11), por dois seguranças de uma unidade do supermercado, localizada em Porto Alegre (RS).
Escrevendo em português, o executivo francês afirmou: “Meus valores e os valores do Carrefour não compactuam com racismo e violência”. Em seguida, ele também comentou as cenas chocantes, que mostram o homem sendo agredido por mais de cinco minutos.
“Em primeiro lugar, gostaria de expressar meus profundos sentimentos, após a morte do senhor João Alberto Silveira Freitas. As imagens postadas nas redes sociais são insuportáveis”, diz Alexandre Bompard. “Eu pedi para as equipes do Grupo Carrefour Brasil total colaboração com a Justiça e autoridades para que esse os fatos deste ato horrível sejam trazidos à luz”, completou.
Veja o pronunciamento:
Em primeiro lugar, gostaria de expressar meus profundos sentimentos, após a morte do senhor João Alberto Silveira Freitas. As imagens postadas nas redes sociais são insuportáveis.
— Alexandre Bompard (@bompard) November 20, 2020
O caso
Segundo a delegada Roberta Bertoldo, da 2ª Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa, responsável pela investigação sobre a morte de João Beto, a confusão teria se iniciado no interior do supermercado. A investigadora afirma que “não há nenhum indicativo de que tenha alguma conotação racista” na conduta dos seguranças.
Os seguranças foram chamados para retirar João Alberto do interior da loja e levá-lo ao estacionamento. O cliente acabou espancado até a morte. Análises iniciais do exame de necropsia apontam para asfixia como causa mortis mais provável. A conclusão do Instituto-Geral de Perícias não é definitiva.
Os dois seguranças, identificados como Magno Braz Borges e Giovane Gaspar da Silva, foram autuados por homicídio qualificado. Um deles é policial militar temporário (cargo constitucionalmente ilegal) e o outro é segurança do Carrefour.
“As circunstâncias estão sendo analisadas no sentido de apurar a responsabilidade de cada uma das pessoas do supermercado que estavam presente no momento em que os seguranças agrediram o homem”, conta a delegada.