Presidente do BC sobre governo Lula: “Sempre estivemos bem alinhados”
Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto enfrenta críticas do presidnete Lula devido à alta taxa de juros, hoje em 12,75%
atualizado
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O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, falou nessa segunda-feira (2/10) sobre o encontro que teve na semana passada com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Essa foi a primeira conversa que ele teve com o petista, desconsiderando o diálogo durante a transição de governos. Em entrevista ao jornalista Pedro Bial, da TV Globo, Campos Neto minimizou as críticas que integrantes do atual governo, em especial o próprio Lula, têm feito a sua gestão e à alta taxa de juros, ora em 12,75%. “Sempre estivemos bem alinhados”, assegurou.
Campos Neto enfrentou diversas críticas de especialistas em economia e de representantes do governo federal no decorrer do ano. Mas ele afirmou que, apesar das diferenças, ambos (governo federal e Banco Central) “buscam uma melhoria na vida da população”.
“Acho que é um governo que, por construção, tem pessoas que pensam de forma diferente que estão tentando chegar em um lugar comum: melhorar a vida dos brasileiros. Obviamente não vamos pensar igual em tudo, mas estamos bem alinhados. E, na verdade, sempre estivemos bem alinhados”, ressaltou.
O presidente do BC ainda destacou as diferenças entre o atual presidente e o antigo, Jair Bolsonaro (PL). “O Lula gasta mais tempo prestando atenção no que você fala. Ele dedica mais tempo, tem mais paciência para as conversas. Bolsonaro era mais rápido. Eu sempre sabia que quando tinha uma conversa com Bolsonaro, eu tinha três minutos para falar alguma coisa. Depois dos três minutos ficaria mais difícil, porque ele ficava mais disperso”, comparou.
Campos Neto assumiu a presidência do BC há quatro anos, antes de regulamentarem a autonomia da instituição. Seu mandato à frente da autarquia federal termina no fim do próximo ano.
Na semana passada, o colunista Igor Gadelha, do Metrópoles, adiantou que Campos Neto havia alertado Lula sobre eventuais mudanças na meta de inflação e uso de bancos públicos, como a Caixa Econômica Federal e o BNDES, para criar linhas de crédito com juros mais baixos subsidiados.