Presidente da Portela é enterrado, ele é o 16º candidato morto no Rio
Nesta campanha eleitoral já foram mortos 16 candidatos no Rio de Janeiro, Marcos Vieira Souza era presidente da Portela e pretendia ocupar o cargo de vereador na cidade
atualizado
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Portelenses e carnavalescos de outras escolas de samba do Rio de Janeiro se despediram nesta terça-feira (27/9) do candidato a vereador e presidente da Portela, Marcos Vieira Souza, conhecido como Falcon. O enterro ocorreu no cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro. No velório, o caixão estava coberto pela bandeira da Azul e Branca, por um chapéu de sambista e um quepe da Polícia Militar, corporação a qual pertencia.
Ontem (26), Falcon foi assassinado em seu comitê de campanha, em Madureira, na zona norte. O corpo foi encontrado com vários tiros de fuzil e a Polícia Civil disse se tratar de execução. Desde março, a corporação investigava ameaças de morte ao policial licenciado.Subtenente da Polícia Militar, Falcon estava de licença da PM para concorrer ao cargo de vereador pelo Partido Progressista (PP), nas eleições de domingo (2). Em abril de 2011, ele chegou a ser preso e expulso da PM, acusado de pertencer à milícia que atuava na região, mas em 2013 foi inocentado de todas as acusações por falta de provas e reintegrado à corporação.
Assassinatos políticos
Ao todo, 16 candidatos foram assassinados no estado do Rio de Janeiro nesta campanha eleitoral. A Polícia Civil investiga a atuação de grupos paramilitares, como as milícias, e o tráfico de drogas.
O sociólogo da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, José Cláudio Souza Alves, que estuda há 30 anos a atuação de grupos de extermínio na Baixada Fluminense, região que concentra os assassinatos aos candidatos, acredita que as mortes estão relacionadas a disputas por poder. “São milicianos matando milicianos pelo controle das organizações e por conta da disputa eleitoral. Eles também estão disputando a estrutura política.”
As milícias, formadas por agentes de segurança na ativa e aposentados, como policiais militares e bombeiros, descendem de grupos de extermínio, segundo José Claudio. Os grupos obtém lucro com serviços irregulares como transporte clandestino, comércio ilegal de água, de terrenos, de gás e o gatonet (sistema clandestino de TV paga e de internet), vendidos à população por meio de coação e ameaças.