Presidente da Palmares faz campanha contra novo filme de Lázaro Ramos
“Simplesmente não assistam! Difama o governo Bolsonaro e insulta a África”, escreveu Sérgio Camargo, em seu Twitter
atualizado
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O presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, está fazendo campanha contra ao filme Medida Provisória, o primeiro a ser dirigido pelo ator Lázaro Ramos.
Em uma publicação posteriormente apagada, Camargo afirmava que o filme foi bancado com recursos públicos e ainda que a obra acusa o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de praticar “crimes de racismo”.
“O filme, bancado com recursos públicos, acusa o governo Bolsonaro de crime de racismo — deportar todos os cidadãos negros para a África por Medida Provisória. Temos o dever moral de boicotá-lo nos cinemas. É pura lacração vitimista e ataque difamatório contra o nosso presidente”, escreveu Camargo, em seu perfil, nas redes sociais.
Em outra publicação, o presidente da Fundação Palmares pede ao público que não assista à obra.
“Simplesmente não assistam! Difama o governo Bolsonaro e insulta a África, vista como um castigo para os pretos do Brasil”, escreveu Camargo em sua conta no Twitter.
Perguntam se já vi o filme do Lázaro Ramos. Não vi e não gostei!
— Sérgio Camargo (@sergiodireita1) March 21, 2021
Simplesmente não assistam! Difama o governo Bolsonaro e insulta a Africa, vista como um castigo para os pretos do Brasil.https://t.co/QkWvn7nD14
— Sérgio Camargo (@sergiodireita1) March 20, 2021
O filme faz uma acusação criminosa contra o presidente Jair Bolsonaro e 57 milhões de brasileiros, de todos os tons de pele, que votaram nele.
Lázaro Ramos, dessa vez como diretor, finge combater o racismo enquanto o fomenta. Não é isso o que o Brasil quer. Somos um só povo! 🇧🇷 pic.twitter.com/1b83NZ1dsU— Sérgio Camargo (@sergiodireita1) March 20, 2021
Medida Provisória é uma adaptação da tragicomédia Namíbia, Não!, que Lázaro Ramos já tinha dirigido no teatro.
A trama se passa no Brasil do futuro em que uma iniciativa de reparação pelo passado escravocrata provoca uma reação no Congresso Nacional, que aprova uma Medida Provisória. O filme traz no elenco Taís Araújo, esposa de Lázaro, Seu Jorge, Adriana Esteves, Renata Sorrah e o britânico Alfred Enoch, da série Como Defender um Assassino.
A obra foi declarada o “melhor filme brasileiro desde Cidade de Deus” pelo festival Pan African Film Festival (PAFF).
Em nota, Lázaro Ramos disse que se trata de um filme distópico, como outras obras realizadas na última década, e afirmou que qualquer comentário é feito “em cima de suposições ou desejo de polêmica”, pois ele só foi exibido em festivais.
Leia a nota na íntegra:
Sobre o filme falar do governo atual, devo dizer que ele foi escrito em 2015 e filmado em 2019. É baseado no espetáculo teatral “Namíbia não ” de Aldri Anunciação, realizado em 2011 – ele começou a ser concebido já no ano seguinte, em 2012. É um filme distópico, assim como várias obras realizadas na última década, a exemplo de tantos como Handmaid’s Tale e Black Mirror.
Qualquer comentário sobre o filme é feito em cima de suposições ou desejo de polêmica, pois ninguém assistiu a obra a não ser quem esteve nos festivais onde o filme foi exibido com extremo sucesso vide as mais de 24 críticas positivas da obra.
Lázaro Ramos