Presidente da Eletrobrás tenta aumentar o próprio salário
Wilson Ferreira Jr está à frente do processo de privatização da estatal e solicitou um aumento de 46,4%
atualizado
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O presidente da Eletrobrás, Wilson Ferreira Jr., que está à frente do processo de privatização da estatal, solicitou um aumento do próprio salário em 46,4%. No momento, a instituição corta custos para deixá-la mais atraente para ser vendida.
O pleito, feito em documento ao qual o Estadão/Broadcast teve acesso, depois confirmado pela empresa, foi enviado em 14 de março à Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais.
Além do aumento do presidente, o pedido incluía, em porcentagens um pouco menores, maior remuneração dos presidentes das subsidiárias -0 incluindo distribuidoras que estão na lista de venda — e de diretores e representantes dos conselhos fiscal e de administração.
A Eletrobrás confirmou que enviou documento à Sest com o pedido, mas disse que ele não foi aceito. “Apesar do pleito das empresas Eletrobrás, o ministério se manifestou à Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) e à Eletrobrás pela manutenção dos mesmos valores aprovados no período 2017-2018, não concedendo, portanto, o reajuste. A mesma orientação foi seguida nas assembleias de cada uma das empresas controladas”, disse a Eletrobrás.
Ferreira Jr. propôs elevar o atual salário mensal de R$ 52,3 mil para R$ 76,6 mil. O de presidentes de subsidiárias, como Eletronorte, Furnas e Chesf, subiria para R$ 64,2 mil, ante R$ 39,6 mil no caso da Eletronorte e R$ 44,1 mil nas outras duas companhias. Os presidentes das distribuidoras que estão para ser privatizadas também teriam salários ajustados, de R$ 24 mil a R$ 25 mil para R$ 47,4 mil. Os salários dos diretores são em média 5% menores do que a remuneração dos presidentes, informa o documento enviado à Sest.
“A eventual privatização das distribuidoras da Eletrobrás faz com que os patamares remuneratórios passem a ser definidos pelos futuros controladores”, ressaltou Ferreira Jr. no pedido.
Segundo o executivo, os salários da estatal “são significativamente inferiores à grande parte das companhias que operam no mercado de capitais no Brasil”. “Nossas empresas possuem uma remuneração dos dirigentes significativamente inferior à média dos honorários de empresas como Petrobrás, BR Distribuidora, BNDES, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal”, informa no documento. Ela ressaltou ainda: os novos valores propostos foram simulados tendo como base os aumentos concedidos à diretoria do BNDES, também realizados “para manter a atratividade do cargo”.