Presidente da CPI do 8/1 questiona falas de Lawand: “História inverossímil”
Investigações da Polícia Federal (PF) mostram que Lawand aparece incentivando um golpe de Estado em mensagens trocadas com Mauro Cid
atualizado
Compartilhar notícia
O deputado Arthur Maia (União-BA), presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, afirmou, nesta terça-feira (27/6), que o depoimento de coronel Jean Lawand Júnior no colegiado é “inverossímil”.
Investigações da Polícia Federal (PF) mostram que Lawand aparece em mensagens trocadas com Mauro Cid, supostamente estimulando o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro a seguir o caminho do golpe contra o resultado da eleição presidencial e, consequentemente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em audiência na CPI, Lawand disse que a intenção das mensagens enviadas a Cid era apaziguar e desmobilizar acampamentos antidemocráticos que ocupavam uma série de cidades no Brasil. Para Arthur Maia, a história é inverídica.
“Não vou afirmar que ele mentiu, mas quero deixar claro que sou um legalista. Uma coisa é um depoente chegar ae dizer: não estava na Praça dos Três Poderes no dia 8/1 e, em seguida, aparecer um vídeo em que está ele na praça. Isso caracteriza, através de uma prova material, uma mentira. Outra coisa é o sujeito interpretar o que ele disse. Ele está fazendo interpretação do que escreveu. Confesso que achei a história inverossímil, mas não posso garantir de que se trata de mentira”, afirmou.
Investigações
Em mensagens trocadas com o ajudante de ordens, Lawand pediu que o militar “convencesse o 01 [em menção a Bolsonaro] a salvar esse país”.
“Cid, pelo amor de Deus. O homem tem que dar a ordem. Se a cúpula do EB [Exército Brasileiro] não está com ele, da divisão para baixo está. Assessore e dê-lhe coragem”, escreveu.
A convocação de Lawand consta em requerimentos apresentados por parlamentares governistas, como Eliziane Gama (PSD-MA), Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Duda Salabert (PDT-MG) e Duarte (PSB-MA).
Próximos passos
A CPI do 8/1 no Congresso Nacional definiu que tomará o depoimento do tenente-coronel Mauro Cid na próxima terça-feira (4/7). Ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Cid foi preso no dia 3 de maio por suspeita de fraude em cartões de vacinação contra a Covid-19 e é considerado uma peça-chave para a investigação sobre os atos golpistas de 8 de janeiro.
Na quinta-feira da próxima semana (6/7), deputados e senadores do colegiado devem votar uma série de requerimentos de convocação de outros investigados e de quebra de sigilos bancários e telemáticos.