Presidente da Codevasf se reuniu com sócio oculto preso pela PF
Eduardo José Barros Costa foi preso em operação da Polícia Federal que investiga desvio de verba em contratos com a Codevasf
atualizado
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O presidente da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), Marcelo Moreira, já recebeu em seu gabinete o empresário Eduardo José Barros Costa, sócio oculto da Construservice que foi preso nesta quarta-feira (20/7) em operação da Polícia Federal (PF).
A reunião ocorreu em 16 de dezembro de 2020, segundo agenda pública do presidente da Codevasf. A informação foi revelada pelo jornal Folha de S. Paulo e confirmada pelo Metrópoles.
A Operação Odoacro apura supostas fraudes em contratos da Codevasf com a Construservice. A Polícia Federal apreendeu relógios de luxo e R$ 1,3 milhão em dinheiro vivo. Eduardo José Barros Costa é também conhecido como Eduardo Imperador ou Eduardo DP.
As cédulas — de R$ 200, R$ 100, R$ 50 e também valores menores — estavam em vários cômodos de um dos endereços alvos da operação em São Luís, capital maranhense.
As diligências policiais apontam para a existência de um esquema de lavagem de dinheiro, feito a partir do desvio de verbas públicas oriundas de licitações fraudadas. O grupo criava empresas de fachada para concorrer a licitações e fazer da empreiteira investigada a vencedora de contratos milionários com a Codevasf.
O esquema operava pelo menos desde 2015. À época, a Polícia Civil identificou uma associação criminosa que desviava recursos públicos no município de Dom Pedro (MA). Segundo a PF, mesmo após a operação, o esquema cresceu e alterou a origem da verba, agora proveniente de recursos federais.
“O líder desse grupo criminoso, além de colocar as suas empresas e bens em nome de terceiros, possui contas bancárias vinculadas a CPFs falsos, utilizando-se desse instrumento para perpetrar fraudes e dificultar a atuação dos órgãos de controle”, diz a nota da PF.
No total, foram cumpridos 16 mandados de busca e um de prisão temporária. Os crimes investigados são fraudes em licitação, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
Outro lado
Em nota, a Codevasf afirmou que os dois convênios que motivaram as ações de busca e apreensão não são de responsabilidade da Codevasf.
“Em qualquer caso, no contexto da execução de convênios, compete às prefeituras municipais realizar os procedimentos licitatórios e as contratações necessárias ao emprego adequado de recursos orçamentários.
A Codevasf diz ainda que colabora com o trabalho das autoridades policiais e “proverá suporte integral às investigações”. A companhia ressalta ainda que mantém compromisso “com a elucidação dos fatos e com a integridade de seus projetos de desenvolvimento regional”. “Por rigor no controle de procedimentos, a empresa submeterá à avaliação de sua auditoria interna todos os contratos firmados com a empresa Construservice”, pontua a nota.