Presidente da Caixa diz que auditoria apura calote da gestão Bolsonaro
Rita Serrano, presidente da Caixa, declarou que apesar de possível calote durante governo Bolsonaro, o banco continua sólido
atualizado
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A presidente da Caixa Econômica Federal, Rita Serrano, declarou, por meio das redes sociais, que o banco realiza auditoria interna para investigar utilização do consignado do Auxílio Brasil durante a campanha de reeleição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2022.
“Tanto o Consignado do Auxílio Emergencial quanto o programa de Microfinanças estão sendo investigados pelos órgãos de controle, fiscalização e pela auditoria interna. A Caixa tem colaborado plenamente, fornecendo todas as informações solicitadas, demonstrando nosso compromisso com a transparência e a prestação de contas”, escreveu a presidente da instituição financeira.
Rita Serrano expõe que o programa de microfinanças e o crédito consignado para os beneficiários do Auxílio Brasil teriam impactado a liquidez da Caixa. Segundo a presidente do banco, a inadimplência do programa ultrapassou 80%, mas o calote é coberto pelo Fundo Garantidor de Microfinanças (FGM), que recebeu R$ 3 bilhões do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
A declaração de Rita Serrano acontece após uma reportagem do portal UOL mostrar um possível calote durante o governo Bolsonaro na liberação de crédito da Caixa durante a campanha eleitoral.
“Ao assumir a presidência, deparei-me com os desafios decorrentes das iniciativas adotadas pela gestão anterior, especialmente os programas Consignado do Auxílio Emergencial e de Microfinanças, implementados durante o governo Bolsonaro”, disse a presidente da instituição financeira.
“Desde o meu tempo como conselheira de administração, manifestei preocupação em relação a essas medidas, e as questionei por considerá-las contestáveis, implementadas às vésperas das eleições de 2022 e com um apelo excessivo ao endividamento da população vulnerável”, completou Serrano em uma publicação em sua conta no Twitter.
Sindicalista, Rita Serrano integrou o conselho de administração da Caixa durante o governo de Bolsonaro, como representante dos funcionários do banco. Ela também chegou a ocupar a diretoria da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae).
A presidente da Caixa também citou abalos na instituição financeira devido aos casos de assédio sexual cometido por Pedro Guimarães, ex-presidente da Caixa, e a manutenção de linhas de crédito que sofreram oscilações no segundo semestre de 2022.
“Apesar desses desafios enfrentados, a Caixa se mantém sólida, graças principalmente à dedicação e comprometimento de nosso corpo funcional. Mesmo diante de pressões e ameaças, nossos empregados e empregadas permaneceram firmes, lutando para preservar a natureza pública e sustentável do banco”, ressaltou a presidente da Caixa.