Presidente da Anafe elogia indicação de novo AGU: “Viés técnico”

O presidente da Associação Nacional dos Advogados Públicos Federais (Anafe), Marcelino Rodrigues, afirmou nesta terça-feira (28/04) que a gestão do ex-advogado-geral da União e agora ministro da Justiça, André Mendonça, foi marcada pela “busca de fortalecimento” da instituição. Ele avalia que o substituto de Mendonça, José Levi Mello, seguirá a mesma linha.

“A gestão do André foi relativamente curta. Ele entrou no começo do ano passado, mas acredito que manteve uma linha de busca pelo viés técnico, da importância de atuação da AGU. Eu acho que o que fica da gestão dele é essa busca por esse critério técnico e fortalecimento da AGU enquanto advocacia de Estado. Espero que ele mantenha isso no Ministério da Justiça”, disse Rodrigues.

Em relação ao novo AGU, Levi Mello, o presidente da Anafe conta que ele é conhecido pela carreira. Ele avalia que, da mesma forma que Mendonça, Mello trabalhará “sem a politização da atuação”, seguindo a linha técnica.

“Academicamente ele é reconhecido. Acredito que ele virá nessa mesma linha. Eu acho que ele deve ter tido o aval do André. Sem a politização da atuação. Sempre buscando trazer o trabalho preventivo pelo qual a AGU tem se notabilizado”, disse Rodrigues.

Autonomia e desafios
Para Marcelino Rodrigues, um dos desafios que a próxima gestão terá é a de dar maior estabilidade à AGU. Segundo ele, a instituição não tem tanta autonomia quanto deveria ter.

“Nosso entendimento é que a AGU deveria ter estabilidade maior. A nossa posição sempre foi no sentido de que é necessário dar uma autonomia a AGU enquanto carreira de Estado”, falou.

Mesmo a favor da indicação de Levi Mello, ele defendeu que a escolha do comando do órgão seja feita a partir da participação dos membros da AGU no futuro. A Procuradoria-Geral da República (PGR) funciona segundo esse sistema.

Troca
O constitucionalista José Levi Mello assumiu a Advogacia-geral da União (AGU) após o ex-advogado-geral André Mendonça ser convidado, pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), para ocupar o lugar de Sergio Moro no Ministério da Justiça.

Além dessa mudança, o comando da Polícia Federal também sofreu alterações. No lugar de Maurício Valeixo, assumiu o amigo do clã Bolsonaro, Alexandre Ramagem. A mudança gerou o pedido de demissão de Moro e as acusações a qual Bolsonaro está sendo investigado.