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Presidente da Alerj diz que deputados recebem ameaças de governador

As supostas ameaças seriam porque o parlamento pretende impedir a venda da Cedae enquanto o Rio não renovar o plano de recuperação fiscal

atualizado

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Cedae
1 de 1 Cedae - Foto: Divulgação

Rio de Janeiro – O presidente da Assembleia Legislativa (Alerj), André Ceciliano (PT) denunciou nesta quarta-feira (28/4) que deputados estão recebendo ameaças, inclusive pessoais, do governador em exercício Claudio Castro (PSC), além de senadores e deputados federais. Por trás da pressão está o leilão da Companhia Estadual de Água e Esgotos (Cedae) previsto para sexta-feira (30/4).

Nesta quinta-feira, projeto de decreto de lei vai para a votação no parlamento para impedir que a estatal seja privatizada até que o estado assine a renovação do Plano de Recuperação Fiscal.

“Estou recebendo telefonemas desde ontem de deputados reclamando, inclusive do governador fazendo ameaças. Nem o governador afastado (Wilson Witzel) fez isso. O parlamento é um poder autônomo. Não vou permitir ameaças de deputados federais e senadores. Estamos defendendo o Rio”, afirmou Ceciliano.

Procurado, o governador em exercício ainda não respondeu. Líder do governo, Márcio Pacheco reagiu. “Estou dizendo que ele não ameaça parlamentar”, respondeu Márcio Pacheco (PSC). O discurso irritou Ceciliano, que ameaçou até dar os nomes, mas acabou deixando a sessão.

Em jogo

A batalha judicial para discutir a privatização da Cedae, maior fornecedora de água e prestadora de serviços do estado para 64 dos 92 municípios, parou no Supremo Tribunal Federal. Nesta, terça-feira decisão do ministro Luiz Fux abriu o caminho para que o leilão ocorra.

O leilão é considerado o maior edital de concessão de serviços de saneamento do país. O valor mínimo do lance é de R$ 10,6 bilhões. O edital prevê ainda que os concessionários terão obrigação de investir pelo menos R$ 1,86 bilhão em regiões mais carentes do Rio.

“Não podemos permitir que o estado faça o leilão sem a renovação plano de recuperação. Afinal, o estado pode ficar sem as duas coisas”, afirmou o deputado Luiz Paulo, do Cidadania.

O plano prevê a venda da estatal para reequilibrar as contas do estado. Em dezembro, Fux deu decisão permitindo que o Rio ficassem sem pagar a União para não ter que acumular prejuízo de R$ 600 milhões. A dívida do estado com o governo federal é estimada em mais de R$ 100 bilhões.

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