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Prêmio Nobel da física dá conselhos de investimentos a Bolsonaro

Konstantin Novoselov, laureado em 2010, sugeriu ao presidente explorar mais o grafeno para inserir o país nas cadeias globais de produção

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Marcos Corrêa/PR
05/09/2019 Audiência com Fundador e Diretor do – CA2DM-NUS
1 de 1 05/09/2019 Audiência com Fundador e Diretor do – CA2DM-NUS - Foto: Marcos Corrêa/PR

No ano de 2010, o russo Konstantin Novoselov foi laureado com o prêmio Nobel da física, principal reconhecimento científico do mundo. Não foi à toa. Pela primeira vez na história, ele conseguiu isolar o grafeno, componente de nanotecnologia ultra resistente, considerado tão ou mais revolucionário que o plástico.

De passagem pelo Brasil, ele reuniu-se com o presidente Jair Bolsonaro, no Palácio do Planalto, na manhã desta quinta-feira (05/09/2019). Ao lado de outros acadêmicos, ele tratou do assunto que lhe rendeu o prêmio, que também desperta a atenção do presidente. E aproveitou o encontro para dar alguns conselhos.

Segundo Novoselov contou ao Metrópoles, em almoço na capital, ele sugeriu ao presidente usar justamente o material que ele isolou como estratégia para inserir o Brasil na construção de produtos complexos, com alto valor agregado.

“É uma boa forma de se inserir nas cadeias globais de produção. Ainda há poucos players trabalhando com o material no mundo e o Brasil tem reservas de qualidade”, destacou. O grafeno é um derivado do carbono, abundante em algumas regiões do país.

Atualmente, uma das fronteiras tecnológicas que vem sendo exploradas pelos países que já estão trabalhando fortemente com o grafeno é o seu uso para a construção de baterias. Com alta capacidade de transmitir energia e calor, o material tem sido testado para construção de baterias.

Nos seus conselhos a Bolsonaro, porém, ele sugeriu um outro caminho. Que seja iniciada a exploração do material para construção de produtos que substituem o plástico. “O Brasil poderia criar sacos plásticos que não rompem nem queimam, por exemplo, essa seria a primeira etapa do uso”, explicou.

Na sequência, ele avalia que seria necessário estabelecer outros marcos temporais. Dois anos para produtos que substituam plástico, depois baterias para, em aproximadamente sete anos, entrar no que ele considera uma das principais fronteiras: o uso de grafeno na telefonia.

“Telas de celular poderão ser de grafeno. Uma quantidade baixa, uns 30 quilos do material, seriam suficientes para produzir a tela de praticamente todos os apple watch do mundo”, exemplificou.

Durante a tarde, após proferir palestra organizada pelo Instituto Illuminante de Inovação Tecnológica e Impacto Social, ele reuniu-se com o ministro da Ciência, Tecnologia e Comunicações, Marcos Pontes. “Aí é a conversa mais técnica”, concluiu.

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