Após clamar contra “pretos e gays”, pregadora falta a depoimento no RJ
Mais cedo, Karla Cordeiro se retratou, disse que é próxima de pessoas negras e LGBT: “Inclusive meu próprio pastor é negro”
atualizado
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Rio de Janeiro – A integrante da Igreja Sara Nossa Terra de Nova Friburgo, na região serrana do Rio de Janeiro, Karla Cordeiro, conhecida como Kakau, não compareceu ao depoimento marcado para esta terça-feira (3/8) na 151ª DP (Nova Friburgo).
A mulher é alvo de um inquérito que apura o crime de intolerância racial e homofóbica em uma pregação feita por ela no sábado (31/7).
“É um absurdo pessoas cristãs levantando bandeiras políticas, bandeiras de pessoas pretas, bandeiras de LGBTQIA+, sei lá quantos símbolos tem isso aí. É uma vergonha, desculpa falar, mas chega de mentiras, eu não vou viver mais de mentiras. É uma vergonha. A nossa bandeira é Jeová em si. É Jesus Cristo. Ele é a nossa bandeira. Para de querer ficar postando coisa de gente preta, de gay, para! Posta palavra de Deus que transforma vidas. Vira crente, se transforma, se converta!”, disse ela durante o culto.
Ao Jornal O Globo, o delegado Henrique Pessoa afirmou que o advogado de Karla pediu a remarcação do depoimento para a próxima quinta-feira (5/8), pois ela estaria na cidade do Rio nesta terça.
“O pedido foi deferido para que não aleguem perseguição”, explicou o delegado.
Mais cedo, Karla Cordeiro postou uma nota de retratação nas redes sociais e disse que foi “infeliz nas palavras”.
“Eu, na verdade, fui infeliz nas palavras escolhidas e quero afirmar que não possuo nenhum tipo de preconceito contra pessoas de outras raças, inclusive meu próprio pastor é negro, e nem contra pessoas com orientações sexuais diferentes da minha, pois sou próxima de várias pessoas que fazem parte do movimento LGBTQIA+”, escreveu.