Prefeitura de Goiânia deve flexibilizar regras da lei seca contra a Covid-19
Prefeito Rogério Cruz tem intenção de mudança no horário estabelecido no fechamento de distribuidoras de bebidas e lojas de conveniências
atualizado
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Goiânia – O prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Republicanos), deve publicar ainda nesta quarta-feira (3/2) decreto de flexibilização das regras da lei seca que visa conter a proliferação do novo coronavírus. Em entrevista ao Metrópoles, ele disse que a ideia é ampliar o horário de funcionamento para lojas de conveniência e distribuidoras de bebidas. A tendência é de que a regra para bares e restaurantes seja mantida.
A medida vem uma semana depois da regra inicial, que passou a valer em 28/1. O primeiro decreto municipal estabeleceu que distribuidoras de bebidas e lojas de conveniência devem ser fechadas às 20h, e bares, restaurantes e afins devem funcionar somente até as 23h, com a observação de que onde tem música ao vivo e som alto, o silêncio deve ser estabelecido a partir das 22h.
Cruz citou a intenção de flexibilização das regras na terça-feira (2/2), dando a entender que bares e restaurantes também teriam o horário de funcionamento ampliado. Nesta quarta, no entanto, ele disse que tudo dependerá de um estudo de viabilidade. “Na segunda-feira (1º/2), estávamos com 51% dos leitos de UTI ocupados em Goiânia. Hoje (3/2), já chegamos a 70%. É um momento que nos preocupa muito”, pondera.
Na terça-feira, Goiânia ultrapassou a marca de 100 mil casos confirmados de Covid-19 e registrou 17 mortes em 24 horas. Até então, 2.319 pessoas morreram na capital goiana por complicações geradas pelo novo coronavírus.
Diante do aumento, o prefeito diz que é quase certo que o estudo será avaliado em reunião nesta quarta, mas que não será permitida a alteração dos horários estabelecidos para bares e restaurantes, apenas para distribuidoras e lojas de conveniência. “Para distribuidoras de bebidas e lojas de conveniência colocamos até as 20h, mas podemos estender um pouco esse horário nesse novo decreto que soltaremos hoje”, afirma.
O documento da prefeitura seguiu orientações gerais de regras definidas a partir de decreto do governador Ronaldo Caiado (DEM), publicado em 26/1. A reação foi imediata. O Sindicato dos Bares e Restaurantes chegou a tentar derrubar na Justiça o decreto da lei seca em Goiânia, mas não teve o pedido acatado. A pressão, no entanto, continuou forte nos bastidores no sentido de revisão das regras.
Fiscalização
A Central Covid, grupo formado por representantes de diversas frentes da fiscalização do município, incluindo Polícia Militar e Guarda Civil Metropolitana (GCM), vistoriou, desde o último fim de semana, 300 estabelecimentos em Goiânia, e 43 deles foram autuados por estarem fora das regras da lei seca ou dos protocolos de segurança e distanciamento. Além disso, cinco festas clandestinas foram identificadas e canceladas.
A fiscalização na capital goiana está inovando, com a utilização até de drones para tentar identificar irregularidades. No último fim de semana, os drones possibilitaram a descoberta, por exemplo, de um bar clandestino lotado, disfarçado nos fundos de uma loja de roupas no Setor Marista, região sul de Goiânia e área nobre da capital goiana.
No Parque Amazônia, outro bairro da região, o dono de uma distribuidora de bebidas alugou uma casa ao lado e montou uma estrutura de bar nos fundos para seguir vendendo bebidas, após o horário permitido.