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Prefeito relata desconto em propina no MEC: “Vou fazer por R$ 15 mil”

Segundo prefeito Kelton Pinheiro, desconto na propina foi oferecido pelo pastor Arilton Moura após almoço com ministro Milton Ribeiro

atualizado

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1 de 1 imagem colorida fachada MEC- Metrópoles - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Em novo relato sobre a atuação do gabinete paralelo do Ministério da Educação (MEC), o prefeito de Bonfinópolis (GO), Professor Kelton Pinheiro (Cidadania), revelou que os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura chegaram a oferecer desconto de 50% na propina para liberação de verbas para escolas.

A informação foi compartilhada pelo gestor municipal ao jornal Estadão. De acordo com Kelton, o desconto na propina foi oferecido pelo pastor Arilton Moura durante um almoço no restaurante Tia Zélia, em Brasília, após uma reunião com o ministro da Educação, Milton Ribeiro.

Segundo Kelton, o pastor Arilton disse que o valor da propina era de R$ 30 mil. No entanto, ele propôs o pagamento de R$ 15 mil ao prefeito, porque ele teria sido “indicado pelo pastor Gilmar”.

“Vou lhe fazer por R$ 15 mil porque você foi indicado pelo pastor Gilmar, que é meu amigo. Pros outros aqui, o que eu estou cobrando é R$ 30 mil”, teria dito Arilton ao prefeito Kelton, segundo relato.

Segundo Kelton, Arilton afirmou que a propina seria usada para custear as despesas do pastor em Brasília. O outro líder religioso, Gilmar Santos, apoiou o pedido de dinheiro e a oferta de desconto.

“Faz mais barato para ele mesmo, pastor”, teria dito Gilmar, segundo o prefeito Kelton. O gestor também disse que Arilton Moura sugeriu a compra de bíblias para a igreja.

“Se você contribuir com a minha igreja, que eu estou construindo, faz uma oferta para mim, uma oferta para a igreja. Você vai comprar mil bíblias, no valor de R$ 50, e você vai distribuir essas bíblias lá na sua cidade”, teria dito o pastor, de acordo com o prefeito.

Reação

O ministro da Educação nega que houvesse um esquema de corrupção no pedido de verbas para o MEC e afirma que uma investigação sobre a atuação dos pastores foi pedida por ele à CGU em agosto de 2021.

Em entrevista na quarta-feira (23/3), Ribeiro ainda disse que “não há nenhuma possibilidade” de “determinar alocação de recursos para favorecer ou desfavorecer qualquer município ou estado”.

Ribeiro foi convocado para prestar depoimento na Comissão de Educação do Senado Federal. O chefe da pasta federal deve comparecer à Casa Legislativa na quinta-feira da semana que vem (31/3).

O colegiado também aprovou convites aos pastores beneficiados, Gilmar Santos e Arilton Moura; ao presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Marcelo Lopes da Ponte; e ao prefeito de Luís Domingues (MA), Gilberto Braga (PSDB). As datas ainda não foram definidas, mas a previsão é que a agenda seja estipulada após a oitiva do ministro.

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