Prefeito de SP quer mudar lei para pegar até R$ 8 bi em empréstimo
Aos vereadores, Ricardo Nunes argumentou que necessita de capital para “alavancar os investimentos na cidade”
atualizado
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São Paulo – O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), enviou projeto de lei à Câmara Municipal na noite de terça-feira (6/7) que altera o valor máximo de empréstimo a ser contratado pelo Executivo para obras de infraestrutura. O texto aumenta o atual limite de R$ 1 bilhão para R$ 8 bilhões.
O projeto de lei tramita em regime de urgência a pedido do prefeito, mas os vereadores Sandra Tadeu (DEM), Rubinho Nunes (PSL) e Alessandro Guedes (PT) pediram vista. Com isso, a votação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), prevista para esta quarta-feira (7/7), foi adiada.
No pedido de urgência encaminhado aos vereadores, Ricardo Nunes argumentou que necessita de capital para “alavancar os investimentos na cidade”.
“Destaca-se a pretensão de realizar investimentos nas áreas habitacional, inovação e tecnologia, drenagem, ambiental, cultura e lazer, bem como intervenções na área de mobilidade urbana, investimentos estes a serem oportunamente definidos considerando as prioridades setoriais previstas pelo Programa de Metas”, segundo o projeto de lei.
A lei que definiu o teto de empréstimos em R$ 1 bilhão foi assinada pelo ex-prefeito Bruno Covas (PSDB) em 26 de dezembro de 2019.
Para o vereador Rubinho Nunes, a mudança na lei é um “pacote de maldades” que representa cerca de 10% do orçamento da cidade, previsto em R$ 67,5 bilhões neste ano. “Com 34 mil mortos só na capital paulista, esse valor seria suficiente para vacinar todo o estado de São Paulo. Obviamente farei de tudo para impedir o avanço desse escárnio com o dinheiro do povo”, disse.
O prefeito também pediu para acelerar a votação do projeto de lei que cria 15 cargos comissionados na Secretaria de Educação com salários de até R$ 13 mil. A gestão de Ricardo Nunes foi procurada pelo Metrópoles para comentar o assunto, mas ainda não respondeu.