Prefeito de polo produtor de soja ameaça decretar lockdown por vacina
José Carlos do Pátio disse que, se fechar a cidade, o governo federal vai começar a olhar para o Mato Grosso
atualizado
Compartilhar notícia
O prefeito de Rondonópolis (MT), José Carlos do Pátio (SD), ameaçou decretar um novo lockdown na cidade em protesto à pequena quantidade de vacinas contra a Covid-19 enviadas ao Mato Grosso.
Ele contesta que Mato Grosso já recebeu 393 mil doses de imunizantes contra o novo coronavírus e Mato Grosso do Sul, por exemplo, que tem uma população menor, recebeu 420,3 mil doses. Os dados são do Ministério da Saúde.
“Por enquanto, eu estou segurando para não ter o lockdown. Eu vou segurar até onde puder. Mas se eu sentir que está ficando incontrolável, eu vou tomar uma atitude”, disse o prefeito, em vídeo.
A cidade, segundo ele, está “no limite”, e a vacinação contra o novo coronavírus é a salvação. Até essa segunda-feira (22/3), 542 pessoas morreram no município. Já a ocupação de leitos públicos de UTI é de 120%.
José Carlos ressaltou também que fechar Rondonópolis é fechar o Mato Grosso e parte do Brasil. A cidade abriga polo processador da soja. “Quando a gente fecha Rondonópolis, eu quero aqui dizer que […] liga todo mundo”, disse.
“Só a ministra da Agricultura [Tereza Cristina], quando eu fechei Rondonópolis pela primeira vez, ligou três vezes para mim porque ia parar o país. E eu falei: ‘Ministra, não adianta você ligar, porque eu tenho que cuidar do meu povo'”, prosseguiu.
“Agora, se continuar desse jeito, não mandando vacina para Mato Grosso e para Rondonópolis, ou mandando a menos do que deveria mandar proporcional, daí eu vou tomar uma atitude sim”, afirmou.
“Porque, daí, se eu parar Rondonópolis, eu paro uma parte do Mato Grosso e paro o país, e eles vão começar a olhar para o Mato Grosso. Não é justo o que está acontecendo”, finalizou o prefeito.