Prefeito de Caxias pode pagar multa por promover caos na vacinação
Washington Reis (MDB) terá que prestar contas à Justiça sobre mudança no plano de vacinação e filas, sob pena de multa de R$ 50 mil por dia
atualizado
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Rio de Janeiro – A juíza da 3ª Vara Cível de Duque de Caxias, Elizabeth Maria Saad, determinou que o município, na Baixada Fluminense do Rio de Janeiro, priorize grupos prioritários de vacinação. Nesta sexta-feira (5/3), o prefeito Washington Reis (MDB) tratou como um trabalho “impecável” e com “eficiência” as cenas de tumultos, filas e aglomerações durante o processo de vacinação, o que causou frustração e revolta na população. Ele desdenhou ainda do Ministério Público estadual, que havia alertado sobre o fato de baixar a idade de 60 para 80 anos.
O prefeito Washington Reis e o secretário municipal de Saúde, Antônio Manoel de Oliveira Neto, devem cumprir a decisão sob pena de multa pessoal em R$ 50 mil diária. As medidas determinadas deverão ser comprovada no prazo máximo de 48 horas.
Reis decidiu ampliar a faixa etária do público-alvo de vacinação contra Covid-19, passando do limite de 80 anos para a partir de 60 anos. A cidade tem uma população estimada de 86 mil habitantes nessa faixa etária, segundo o último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Porém, mais de 100 mil pessoas buscaram a vacina e a prefeitura só disponibilizou 6.100 doses para imunização.
A decisão judicial , pedida pelo Ministério Público do Estado, determina que a vacinação seja organizada sem fixar critérios de atividade profissional e siga o Plano Nacional de Imunização (PNI).
“Que seja devidamente reservada, armazenada e garantida a segunda dose da vacina para todos aqueles que já receberam a primeira dose de Coronavac pelo município de Duque de Caxias, através da secretaria municipal de saúde e por todos os órgãos a ela vinculados”, diz trecho da decisão.