“Precisamos virar a página do negacionismo”, diz ministra da Ciência

A ministra da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, defendeu que a ciência se aproxime cada vez mais do dia a dia das pessoas e ressaltou ser o momento para “virar a página do negacionismo”.

Em entrevista ao Metrópoles, Luciana reforçou a importância da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), que acontece em Brasília, e citou a vacina como uma solução da tecnologia.

“Isso [Semana Nacional da Ciência e Tecnologia] foi uma iniciativa do presidente Lula, em 2004, cujo objetivo é aproximar a ciência e tecnologia das pessoas para que não seja encarado como algo distante, que a ciência está em todo lugar e ela faz parte da vida das pessoas, do cotidiano. Ainda mais porque nós precisamos virar a página do negacionismo, que é tão nefasto”, afirmou.

“A evidência científica é observação, é pesquisa, é teste, é comprovação. E você precisa das soluções da ciência, da tecnologia, para ser profissional, e a semana tem esse papel, de a gente difundir, de popularizar, de aproximar, e é uma festa, a festa da ciência e tecnologia”, completou.

Nessa semana, durante a abertura da SNCT, o governo anunciou R$ 740 milhões para iniciativas de popularização da ciência no país. O recurso é voltado para realização de feiras, implementação de laboratórios em escolas e outras ações.

Como forma de impulsionar o desenvolvimento da tecnologia no país, a ministra citou a recomposição do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), que prevê investimentos para a expansão da infraestrutura de pesquisa no país, inovação e ações para o crescimento da economia.

Ela também ressaltou que o plano brasileiro de inteligência artificial, apresentado em julho, tem potencial para fazer com que o país seja referência na área.

“A ousadia é grande de nossa parte. Queremos que em cinco anos o Santos Dumont [supercomputador previsto no plano] se torne o quinto computador mais potente do mundo”, projeta a ministra.

Eleições

Na entrevista, a ministra abordou também o resultado das eleições municipais deste ano. Luciana é filiada ao PCdoB, mas atuou como cabo eleitoral de um candidato do PT, Vinicius Castello, para a prefeitura de Olinda (PE). O postulante acabou derrotado.

“Para nós, do nosso campo, nós não temos outro caminho que não seja fortalecer políticas e fazer com que o estado responda ao desafio de crescimento, impulsionador de crescimento”, disse.