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“Precisa ser exorcizada”: vendedora da Schutz denuncia intolerância religiosa

Autora da agressão teria sido a subgerente do estabelecimento em shopping do Rio. Caso é investigado pela Polícia Civil

atualizado

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Funcionária de loja denuncia intolerância religiosa no Rio
1 de 1 Funcionária de loja denuncia intolerância religiosa no Rio - Foto: Divulgação

Rio de Janeiro – A Polícia Civil e a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Intolerância Religiosa, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), investigam uma denúncia de intolerância religiosa feita por uma funcionária da loja de sapatos Schutz, no BarraShopping, zona oeste do Rio.

A vendedora Letícia Brazão afirma que, por ordem da subgerente da unidade, foi obrigada a excluir das redes sociais uma postagem com a oração de São Jorge e ouviu da superior que precisava ser “exorcizada”. O caso teria ocorrido na manhã de 24/9, logo que ela chegou ao trabalho.

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Vendedora Letícia Brazão denunciou intolerância religiosa por parte de subgerente no Rio
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Episódio ocorreu na loja Schutz, no BarraShopping

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Vendedora Letícia Brazão denunciou intolerância religiosa por parte de subgerente no Rio

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“Vamos colocar um louvor para expulsar este demônio que a Letícia fica postando”, teria dito a subgerente, na presença de uma funcionária da limpeza. A música foi tocada duas vezes em volume máximo, como contou a moça em depoimento na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi).

Letícia foi à delegacia na quinta-feira (30/9), acompanhada do deputado estadual Átila Nunes (MDB), relator da CPI da Intolerância, e de Erinaldo Peixoto, da Coordenadoria da Diversidade Religiosa do Município do Rio de Janeiro.

A funcionária também contou que, após a gerente da loja tomar conhecimento do caso, o RH foi acionado e realizou uma reunião com Letícia e duas coordenadoras do grupo Arezzo, ao qual a Schutz faz parte. Na ocasião, a moça teria sido orientada a ficar em casa e, em outro encontro, a mudar de filial ou de turno na loja. Também teria sido informado que a subgerente foi advertida.

O deputado Átila Nunes ressaltou que casos como este devem ser levados às autoridades competentes para que as punições sejam definidas. “É um caso típico de preconceito e assédio religioso dentro do ambiente de trabalho. Eu acho que é importantíssimo que a Letícia processe todos que a fizeram abrir mão da sua fé em São Jorge, porque alguém dentro do trabalho a mandou deletar tudo das redes sociais dela e fazer um louvor. Então, este tipo de punição precisa ter um caráter pedagógico, indo ao Ministério do Trabalho e acionando criminalmente os envolvidos”, disse.

O crime de “ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a ele relativo” prevê pena de 1 mês a 1 ano de prisão, conforme estabelecido no Código Penal. Em nota, a Polícia Civil informou que as investigações do caso correm sob sigilo.

“DNA”

Em resposta ao Metrópoles, a assessoria de imprensa do grupo Arezzo&Co, responsável pela loja Schutz, informou que a marca tem mais de 26 anos de história, “sempre fomentando um ambiente e cultura de diversidade e respeito, que representa o DNA da marca”.

“A empresa reitera que não tolera nenhum tipo de discriminação, seja ela religiosa, de raça, sexo ou qualquer outro tipo, seguindo as diretrizes do Código de Ética da marca. Neste caminho, a empresa tão logo tomou conhecimento dos fatos expostos, adotou todas as medidas cabíveis necessárias para o momento. Informa que está contribuindo para apuração e esclarecimento dos fatos, bem como oferecendo todo apoio a Letícia”, diz a nota.

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