Precisa diz que operação da PF é “simplesmente desnecessária”
Alvo de operação da PF e da CGU, empresa é acusada de fraudar documentos e enviar ao governo federal para compra de vacinas contra a Covid
atualizado
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A empresa Precisa Medicamentos afirmou, em nota enviada à imprensa nesta quinta-feira (28/10), que a operação realizada pela Polícia Federal (PF) para investigar fraudes ligadas à instituição é “simplesmente desnecessária”.
Alvo de mandados de busca e apreensão por agentes da PF e da Controladoria-Geral da União (CGU), a Precisa é acusada de fraudar documentos e enviar ao Ministério da Saúde para articular a compra de vacinas contra a Covid-19.
A empresa, investigada pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, era a representante legal do laboratório indiano Bharat Biotech, fabricante da vacina Covaxin. O contrato entre o Ministério da Saúde e a farmacêutica — rescindido em agosto deste ano — previa aquisição de 20 milhões de vacinas, e custaria R$ 1,6 bilhão. O valor seria o mais alto pago pelo governo para compra de imunizantes.
Cerca de 50 policiais federais cumprem 11 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Campinas (SP) e Brasília. As medidas foram expedidas pela 12ª Vara Criminal Federal do Distrito Federal. A ação também conta com auxílio do Ministério Público Federal.
Em nota, os advogados da Precisa, Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Velloso, informaram que a empresa “tem colaborado com as autoridades e com os órgãos de fiscalização e controle”.
Os advogados disseram que já apresentaram todos os documentos e esclarecimentos às autoridades e que, por essa razão, a operação da Polícia Federal é “simplesmente desnecessária”.
“Toda a documentação referente à negociação com o Ministério da Saúde já foi disponibilizada a todos os órgãos competentes, quer por iniciativa da própria Precisa, quando solicitada, quer por outras medidas de busca e apreensão que já foram anteriormente determinadas, o que demonstra que a operação de hoje era simplesmente desnecessária”, informou a empresa, em nota.
Leia o comunicado na íntegra:
A Precisa tem colaborado com as autoridades e com os órgãos de fiscalização e controle, apresentando todos os documentos e prestando todos os esclarecimentos. Toda a documentação referente à negociação com o Ministério da Saúde já foi disponibilizada a todos os órgãos competentes, quer por iniciativa da própria Precisa, quando solicitada, quer por outras medidas de busca e apreensão que já foram anteriormente determinadas, o que demonstra que a operação de hoje era simplesmente desnecessária. A Precisa continua à disposição da Justiça e seguirá prestando todos os esclarecimentos necessários, com o firme propósito de provar a lisura de todas as sua ações.
Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Velloso, advogados da Precisa Medicamentos.
CPI da Covid
A empresa entrou na mira da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, no Senado Federal, por ter intermediado a aquisição de doses da Covaxin entre o Ministério da Saúde e a farmacêutica Bharat Biotech.
À CPI, o advogado Túlio Belchior Mano da Silveira, um dos alvos da operação, admitiu que criou um escritório de advocacia no mesmo mês em que a empresa firmou contrato com Ministério da Saúde e com a Bharat Biotech pela venda da vacina indiana Covaxin.
Silveira negou que tivesse vínculo empregatício com a empresa, além da consultoria jurídica que prestava em separado para a companhia. No entanto, atas de reuniões e participações do defensor em audiências públicas no Senado registram o depoente como “gerente de parcerias internacionais e compliance” e “gerente de contratos”.