metropoles.com

Praias: após treta de Neymar e Piovani, Flávio Bolsonaro defende PEC

PEC da “privatização das praias”, que está no Senado, é relatada por Flávio Bolsonaro, que saiu em defesa da proposta

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Wilson Dias/ Agência Brasil
Abin agente demitido Flávio Bolsonaro
1 de 1 Abin agente demitido Flávio Bolsonaro - Foto: Wilson Dias/ Agência Brasil

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), relator da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) nº 3, de 2022 , que ficou conhecida como PEC da “privatização das praias”, foi às redes sociais defender a medida. Segundo ele, a discussão sobre a transferência dos terrenos de marinha (como são chamadas as faixas de terras da União no litoral) para empresas privadas está enviesada porque o governo tem “medo de perder arrecadação”. Flávio relata a PEC na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal.

“Vocês já devem ter visto aqui na internet ou até na própria grande mídia [pessoas] dizendo que eu sou relator de uma PEC que privatiza as praias. E não é nada disso, obviamente isso é uma grande mentira, isso é uma narrativa que a esquerda está criando, porque o governo está com medo de perder arrecadação”, disse ele em vídeo. Veja:

 

Ver essa foto no Instagram

 

Uma publicação compartilhada por Flávio Bolsonaro (@flaviobolsonaro)

A discussão sobre a PEC das praias ganhou destaque nos últimos dias e envolveu celebridades. Neymar e Luana Piovani se envolveram uma treta por conta do assunto. Na argumentação de Flávio Bolsonaro, a proposta “nada mais faz” do que acabar com taxas “absurdas” e históricas e termina com o pagamento de um “aluguel” ao governo federal.

A PEC, de autoria do ex-deputado federal Arnaldo Jordy (Cidadania-PA), revogaria um trecho da Constituição e autorizaria a transferência dos territórios de marinha, de forma gratuita, para habitações de interesse social e para estados e municípios, onde há instalações de serviços.

Especialistas apontaram que o texto abre brechas na lei para criar praias privadas, além dos altos riscos ambientais.

A gestão do litoral brasileiro é definida por uma lei de 1988, publicada às vésperas da promulgação da Constituição. O texto estabeleceu que “as praias são bens públicos de uso comum do povo, sendo assegurado, sempre, livre e franco acesso a elas e ao mar, em qualquer direção e sentido, ressalvados os trechos considerados de interesse de segurança nacional ou incluídos em áreas protegidas”.

A família Bolsonaro atua em prol da proposta. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) defendeu algumas vezes durante seu mandato a transformação de Angra dos Reis (RJ) em uma “Cancún brasileira”. A comparação insinuava que faltava ao Brasil a permissão para resorts e hotéis gigantes se instalarem em praias. Durante o governo, as falas foram ficando mais diretas.

A proposta acaba com o pagamento anual do foro equivalente a 0,6% do valor do imóvel. O texto também põe fim à taxa de 5% paga à União, o chamado laudêmio, paga sempre que um imóvel considerado “de marinha” é vendido de uma pessoa para outra. Embora esses imóveis sejam ocupados e comercializados por particulares, a propriedade formal é da União.

“Qual o sentido disso?”, questionou o primogênito do ex-presidente. “Óbvio que não pode fechar praia, não pode proibir o acesso à praia de ninguém. Isso não é permitido”, continuou.

Por fim, o senador alegou que, caso a PEC seja aprovada, empresários terão mais interesse em investir em áreas como o Nordeste brasileiro para realizar grandes empreendimentos. “Óbvio que o investimento para se criar um grande empreendimento na beira da praia vai ser menor. Portanto, vai ser mais fácil gerar empregos, gente”, defendeu ele.

“Quem está contra a PEC está mais uma vez atrapalhando porque quer ficar pagando aluguel para a União. Qual a lógica disso? O que isso tem a ver com privatização de praia? Absolutamente nada”, finalizou.

Governo Lula é contra

Representando o governo Lula (PT) em audiência realizada no Senado na última semana, o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) se posicionou contra a proposta

Segundo o ministério, a aprovação da PEC traria diversos riscos, como especulação imobiliária, impactos ambientais descontrolados, perda de receitas para a União e insegurança jurídica.

O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) também se posicionou contra a proposta. A coordenadora-geral do Departamento de Oceano e Gestão Costeira da pasta, Marinez Scherer, disse que a aprovação da PEC poderia acabar exacerbando conflitos fundiários, além de comprometer esses ambientes, causando prejuízos para a pesca e intensificando mudanças climáticas, como alagamentos, desmatamento de manguezais e restingas. 

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?