PP e Republicanos no governo é algo consolidado, diz líder de Lula
Os dois partidos negociam cargos na Esplanada. Historicamente, siglas do Centrão trocam cargos no governo por apoio no Congresso Nacional
atualizado
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O líder do governo na Câmara (foto em destaque), José Guimarães (PT-CE), afirmou nesta terça-feira (18/7) que a entrada de PP e Republicanos, partidos do Centrão, no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “está consolidada”.
Os dois partidos negociam cargos do primeiro e segundo escalões da Esplanada. Historicamente, siglas do Centrão negociam cargos com o governo em troca de apoio no Congresso Nacional.
Segundo Guimarães, além da entrada dos dois partidos no governo, está garantida a entrada dos deputados André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) no primeiro escalão. Ambos se reuniram, nesta terça, com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, responsável pela articulação política do governo junto ao Parlamento.
“A tese de incorporar esses partidos no governo já está consolidada. Igualmente esses nomes que surgiram na imprensa por indicações dos partidos. Essas forças políticas irão para o governo”, disse Guimarãs a jornalistas, no Palácio do Planalto.
De acordo com o líder, apesar das negociações, o martelo só será batido quando Lula retornar ao Brasil, quando o presidente também deve marcar um encontro com Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara e líder maior do Centrão, para avançar nos acordos com o grupo.
A expectativa é que as trocas ministeriais sejam realizadas até a primeira quinzena de agosto, o que já daria um fôlego ao governo para aprovar as pautas consideradas importantes no Parlamento para o segundo semestre.
Discurso de independência
Mesmo com as negociações em andamento, integrantes do PP e do Republicanos insistem no discurso de que manterão uma postura de independência no Congresso, ainda que os dois partidos sejam agraciados com cargos na Esplanada.
Segundo interlocutores, a ideia desenhada até o momento é que, com a ida das duas siglas para o governo, os parlamentares se alinhem ao Planalto em projetos econômicos e de infraestrutura, por exemplo, sem adentrar em pautas ideológicas e bandeiras de esquerda. A estratégia, de acordo com dirigentes dos partidos, é evitar constrangimentos a governadores e parlamentares mais conservadores, como é o caso de Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo.
Ministérios ainda precisam ser definidos
Apesar de ainda esperar uma definição de Lula sobre o assunto e embora o Palácio do Planalto dê como certa a entrada de André Fufuca e Silvio Costa Filho no governo, o destino dos dois, porém, ainda não foi definido.
O PP, por um lado, quer o comando de pautas consideradas estratégicas, como é o caso do Ministério da Saúde e do Ministério do Desenvolvimento Social, que recebem grande parte das emendas parlamentares.
O presidente Lula, porém, já deixou claro, inclusive publicamente, que as duas pastas são suas e que uma troca no comando desses ministérios não deve ocorrer.
Já o Republicanos tem demonstrado interesse em assumir a chefia do Ministério do Esporte ou do Ministério da Ciência e Tecnologia.
Questionado sobre quais ministérios Silvio e Fufuca poderiam assumir, uma vez que o presidente já rechaçou trocas na Saúde e no Desenvolvimento Social, José Guimarães ressaltou que a Esplanada tem 37 ministérios.
“Em política, tudo tem solução. Evidentemente que o xadrez é difícil, mas não é impossível”, disse. “Essas forças políticas virão para o governo a qualquer momento”, afirmou Guimarães, se referindo não só ao PP e ao Republicanos, mas também a outras siglas do Centrão.