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PP é o partido que mais foca em cidades pequenas nas eleições municipais

A sigla é a quarta que mais elegeu prefeitos em 2016, ficando atrás apenas de PMDB,PSDB e PSD

atualizado

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Eleições 2020 Eleição, urna, voto, 2020
1 de 1 Eleições 2020 Eleição, urna, voto, 2020 - Foto: Arte/Metrópoles

Nas eleições municipais, os partidos costumam dedicar a maior parte dos seus recursos às disputas que mais importam: as prefeituras de capitais e cidades grandes. Afinal, o prefeito de São Paulo (SP) governa sozinho mais pessoas do que os governadores de 23 estados e o Distrito Federal.

Essa não é, entretanto, a estratégia de todos os partidos. O PP, por exemplo, prefere focar nas pequenas e médias. A sigla foi a que mais dedicou recursos do fundo eleitoral para campanhas em cidades com menos de 50 mil habitantes. Seguindo a linha, eles foram o quarto partido que mais elegeram prefeitos em 2016.

Pra chegar a essa conclusão, o (M)Dados, núcleo de jornalismo de dados do Metrópoles, comparou os repasses do fundo eleitoral feitos até agora com o tamanho das cidades para as quais os candidatos a prefeito agraciados com recursos concorrem.

O próximo gráfico mostra o resultado. Ele traz o total já gasto do fundo eleitoral em campanhas para os executivos municipais, o total repassado para campanhas em cidades com menos de 50 mil habitantes e quanto isso representa no total.

Como é possível ver, em termos relativos o PP lidera com folga. Em 2016, o PP foi a sigla com mais de 100 prefeitos que menos precisou de votos para eleger prefeitos. Foram apenas 6,2 mil em média. Isso aconteceu porque a mediana da população das cidades governadas pelo partido é também a menor, de 8,9 mil pessoas.

A ideia é repetir o desempenho em 2020. “Nas últimas eleições municipais, obtivemos um expressivo número de vitórias em cidades de médio e pequeno porte. Esperamos alcançar resultados ainda melhores neste ano, por isso nos organizamos de modo a estarmos presentes de maneira significativa nesses municípios”, informou a assessoria de imprensa do PP.

O professor de Ciência Política da Universidade de Brasília, Paulo Kramer, aponta um outro fator que influencia na distribuição de recursos. A proximidade do candidato com dirigentes partidários, sejam eles locais, estaduais ou municipais.

“A realidade que a gente está vendo nessa campanha municipal é a seguinte: tem uma hipertrofia das direções nacionais dos partidos. Os partidos no Brasil tem dono. Os cabos eleitorais, candidatos a vereador e prefeito tem reclamado que esses caciques manipulam e direcionam esses recursos ao seu bel-prazer”, disse

O poder dos mandatários partidários aumentou com a criação do fundo eleitoral e seu estabelecimento como a principal fonte de recursos para campanhas políticas. Isso porque são eles que definem como a verba será utilizada. E, para Kramer, falta informações sobre o critério utilizado por cada partido.

“Não há transparência sobre como esse dinheiro é distribuído ou deixa de ser pelas cúpulas partidárias”, apontou. “O dinheiro está sendo concentrado nas mãos dos donos dos partidos e aplicados de acordo com a conveniência deles. Alguns dirigentes até se justificam dizendo que estão concorrendo em alguns centros urbanos importantes e tomaram decisão de concentrar lá, mas a maioria sequer explica algo”, prosseguiu.

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