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“Povo tratado como rebanho bovino”, diz juiz que afastou diretores da Aneel

Amapá sofre há 17 dias com a falta de energia. Magistrado criticou a capacidade de resposta do governo federal durante crise energética

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falta de energia em amapá dificulta a rotina dos moradores do estado1
1 de 1 falta de energia em amapá dificulta a rotina dos moradores do estado1 - Foto: Hugo Barreto/Metróples

A decisão do juiz federal João Bosco, que determinou o afastamento da direção da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e do Operador Nacional do Sistema (ONS) por 30 dias, não repercutiu bem entre os integrantes da comitiva que viajam ao Amapá acompanhando o ministro de Minas e Energia, almirante Bento Albuquerque.

O estado sofre há 17 dias com a falta de energia. Nesta quinta-feira (19/11), o juiz decidiu pelo afastamento e argumentou que a medida é para preservar a integridade das investigações.

O magistrado usou termos fortes e fez duras críticas às respostas dada pelo governo federal para o problema até o momento. Em determinado trecho, ele escreveu: “Povo tratado como rebanho bovino”, logo após assinalar que o Amapá vive um “pavoroso cenário de crise”.

Um dos trechos mais enfáticos da decisão, João Bosco diz que os responsáveis por solucionar o problema cometeram  uma “sucessão de erros e condenáveis negligências”.

“Mostram o lado triste de uma face oculta do Estado Brasileiro que, ao não se planejar e ao não se organizar adequadamente para o futuro, figurando demasiadamente conivente com a corrupção (promiscuidade entre interesses econômicos e políticos), está nos conduzindo ao ‘neocolonialismo’, e não ao papel de uma grande nação que poderíamos vir a ser”, frisou.

Veja a decisão completa:

Decisão – Afastamento diretoria da ANEEL.pdf by Metropoles on Scribd

A medida é considerada extrema, sobretudo pelo fato de os diretores serem escolhidos pelo Poder Executivo e chancelados pelo Poder Legislativo. O próprio juiz reconheceu a complexidade da decisão.

“Apagão de gestão”

Segundo o juiz,  o “lamentável blecaute” foi reflexo de um “autêntico apagão de gestão”. “[O problema foi] provocado por uma sucessão de governos federais que negligenciaram o planejamento adequado de políticas públicas de produção, transmissão e distribuição de energia elétrica, deixando o sistema entregue a própria sorte e em mãos de grupos políticos e econômicos que se unem estritamente para fins de enriquecimento ilícito, tratando o povo como ‘rebanho bovino’ e não como sujeitos de direitos”, afirmou.

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Apagão no ano passado
Apagão no Amapá, em novembro do ano passado
Apagão elétrico no Amapá
Falta de energia em Amapá
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População do Amapá sofreu com o apagão que durou mais de 20 dias, em novembro do ano passado

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Apagão no Amapá, em novembro do ano passado

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Apagão elétrico no Amapá

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Falta de energia em Amapá

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Versão oficial

A Aneel ainda não foi formalmente notificada sobre a decisão, mas afirmou que vai recorrer. “A Agência informa que, assim que for notificada, vai interpor o recurso cabível para reverter a decisão”, comunicou.

Metrópoles questionou as assessorias de imprensa do ONS e do Ministério de Minas e Energia sobre a decisão da Justiça Federal. Os órgãos não responderam até a última atualização desta reportagem. O espaço continua aberto.

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