Por vínculo com Ribeiro, deputados convocam atual ministro do MEC

A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (29/6), um requerimento de convocação ao atual ministro da Educação, Victor Godoy, para que explique aos parlamentares as ações adotadas pelo ministério no âmbito das denúncias envolvendo a pasta e que têm o ex-ministro Milton Ribeiro como pivô.

Os membros do colegiado também querem identificar se o novo titular possui relação com os casos investigados pela Polícia Federal, no âmbito da Operação Acesso Pago.

O requerimento atende a pedido do deputado Ivan Valente (PSol-SP). Por se tratar de convocação, Godoy está obrigado a comparecer na Câmara. Nada impede, contudo, que haja acordo para alterar o teor do requerimento, transformando-o em um convite.

No pedido, Valente defende que Godoy é “pessoa de confiança” do ex-ministro preso sob acusação de corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa e tráfico de influência. “Apesar de afirmar em seu currículo possuir 15 anos de experiência em auditoria, a expertise de Godoy na área de combate à corrupção não impediu, entretanto, que pastores se infiltrassem no Ministério da Educação”, ressalta o deputado.

O psolista defende ainda que, em manifestações anteriores, Godoy negou ter conhecimento do teor dos encontros entre Ribeiro e os pastores Arilton Moura e Gilmar Santos – acusados de mediarem esquema de corrupção para favorecimento no repasse de verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

“O ministro disse que nunca viu postura que Milton que o levasse a desconfiar do esquema de corrução envolvendo pastores no MEC. O ministro conviveu intensamente com os acusados e seus esquemas, bem como possui acesso e pleno conhecimento das informações no âmbito do MEC sobre destinação de recursos federais e transferências efetivadas pelo governo”, reforça Ivan Valente no requerimento.

Sem data

Ainda não há uma data sobre quando ocorrerá a oitiva com o titular do MEC. A convocação ocorre em paralelo com a tentativa da oposição no Senado Federal em alavancar uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para apurar o esquema de corrupção na pasta.

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