Por unanimidade, Witzel sofre impeachment e fica inelegível até 2026
Governador é definitivamente afastado do cargo, acusado de beneficiar entidades para desvios de verba durante o combate à Covid-19
atualizado
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Rio de Janeiro – O governador afastado por corrupção, Wilson Witzel (PSC), sofreu impeachment em julgamento no Tribunal Especial Misto (TEM), comandado pelo presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Henrique Figueira, nesta sexta-feira (30/4), por unanimidade, e tornou-se também inelegível, tendo seus direitos políticos cassados por 5 anos.
“O Estado do Rio hoje venceu etapa muito dolorosa. Tenho certeza de que os médicos, enfermeiros e servidores da Saúde devem estar felizes com o resultado do julgamento. A saúde sofreu muito, em um momento de muita instabilidade. No início da pandemia, arquitetaram um plano criminoso, que tanto prejudicou as pessoas. Causando danos, malefícios e mortes. Hoje conseguimos acabar com um câncer, extirpar um mal que tanto nos prejudicou. Hoje, o Estado do Rio de Janeiro disse um rotundo não para a corrupção”, afirmou o presidente do Tribunal de Justiça do Rio, Henrique Figueira.
Desembargadores e deputados votaram por unanimidade pelo impeachment (10 a 0). O deputado Alexandre Freitas (Novo) foi o único a pedir para que o período fosse reduzido de 5 para 4 anos. Freitas alegou que não encontrou provas contra Witzel na contratação do Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (Iabas).
Witzel é o primeiro governador a ser alvo de impeachment na história do estado. Nas eleições de 2018, o ex-juiz federal conquistou 3,1 milhões de votos.
De magistrado a político, Witzel teve uma ascensão meteórica e chegou rápido ao Palácio Guanabara, mas caiu em menos de dois anos de mandato. O Ministério Público Federal já denunciou Witzel quatro vezes ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). Em uma das ações, ele é réu.
O STJ determinou, no dia 28 de agosto do ano passado, o afastamento imediato de Witzel do cargo por suspeitas de corrupção. À época, o STJ também determinou buscas contra a primeira-dama, a advogada Helena Witzel, que tinha contratos com empresas envolvidas no esquema de desvio de recursos.
O TEM é formado pelos desembargadores Teresa Castro Neves, Maria da Glória Bandeira de Mello, Inês Trindade, José Carlos Maldonado e Fernando Forch, além dos deputados Alexandre Freitas (Novo), Chico Machado (PSD), Dani Monteiro (Psol) e Carlos Macedo (Republicanos).
É previsto para a manhã deste sábado (1º/5), na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), a cerimônia de posse do governador em exercício, Cláudio Castro (PSC).