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Por um 2022 com menos fake news sobre a pandemia

Notícias falsas sobre eleições serão inevitáveis. Então, o ano começa com um pedido: que, pelo menos, as fake news sobre a Covid cessem

atualizado

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Vinícius Schmidt/Metrópoles
Na imagem colorida, dois homens estão posicionados no centro. Um está sentado enquanto outro está em pé, com máscara, roupa de hospital na cor azul e coloca algo semelhante a um cotonete no nariz do moço sentado
1 de 1 Na imagem colorida, dois homens estão posicionados no centro. Um está sentado enquanto outro está em pé, com máscara, roupa de hospital na cor azul e coloca algo semelhante a um cotonete no nariz do moço sentado - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

Depois de uma semana repleta de retrospectivas e balanços, começamos 2022 com um desejo de que tudo de ruim que passou em 2021 fique apenas no passado. Em relação a fake news, temos um desejo bem claro: que a desinformação sobre a pandemia acabe. E com uma lente “otimista”, temos três motivos para isso.

O primeiro é de esperança. Apesar de a variante Ômicron ter mostrado um grande potencial infeccioso e países como EUA e Reino Unido estarem enfrentando recordes de casos de Covid-19, é provável (se nenhum cataclismo ocorrer) que a pandemia, com o passar do ano e avanço da vacinação, arrefeça.

Caso não passemos pelo mesmo caos de 2020 e 2021, é bem provável que as ridículas fake news sobre medicamentos que não funcionam, contra medidas de restrição e contra vacinas sumam ou percam a importância que tinham. E aí chegamos ao segundo motivo.

Mesmo que a Covid-19 não vá embora, uma coisa é fato: eu, você e até quem vive de espalhar fake news está de saco cheio da desinformação ligada à pandemia. Quem é bem informado não cai mais nas lorotas relacionadas à cloroquina, ivermectina, vacinas etc. e quem inventa fake news já percebe que o alcance deste tipo de desinformação é cada vez menor.

É possível que até o presidente Jair Bolsonaro pare de falar em pandemia em 2022. Está mais do que claro que o discurso negacionista que ele adotou serve apenas para inflamar a parcela mais fiel do eleitorado. Se o presidente quiser ter alguma chance de vencer, terá que adotar uma postura diferente para falar com a parcela da população que está fora dessa bolha. E aí chegamos ao terceiro motivo.

Com pandemia ou sem pandemia, é quase certo que o debate público a partir do segundo semestre estará focado nas eleições (principalmente, as presidenciais). Serão, sem dúvida, as eleições mais caóticas em relação à desinformação na história do país. Com isso, fake news contra vacinas serão sumariamente substituídas por ataques diretos a candidatos e bandeiras políticas.

Começamos 2022 com uma certeza e um desejo. Uma vez que a desinformação política será inevitável neste ano que chega (e estaremos alertas para ele) que, pelo menos, se fale menos mentiras sobre a Covid-19.

Trends da semana

As palavras mais buscadas no Boatos.org nos últimos dias foram, em ordem crescente, Preço gasolina RLAM, Robert malone, Ankole, Lula, Diretor do HC, Painéis solares, Erva doce, Chile, Ivermectina e Tamiflu.

Os desmentidos mais lidos do Boatos.org nos últimos dias foram, em ordem crescente, o que desmentia que Bolsonaro havia instalado painéis no canal do Rio São Francisco, sobre um vídeo de Robert Malone sobre vacinação de crianças, que desmentia um texto falsamente atribuído a Mário Sérgio Cortella, que desmentia que fevereiro teria um fenômeno raro no calendário e que o presidente do Chile teria posado com uma foto de Jesus travesti.

No Facebook e no Telegram, o conteúdo com maior engajamento foi o da retrospectiva 2021. No Twitter, no Instagram, e no YouTube, o conteúdo com maior engajamento foi o que desmentia que painéis solares haviam sido instalados por Bolsonaro no canal do rio Sâo Francisco.

Edgard Matsuki é editor do site Boatos.org, site que já desmentiu mais de 6 mil notícias falsas

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