Por que Prior ainda pode ser preso mesmo 9 anos após crime? Entenda
O empresário e ex-BBB foi condenado a seis anos de prisão por estupro, em regime semiaberto, uma vez que o crime ainda não prescreveu
atualizado
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O empresário, arquiteto e ex-participante do Big Brother Brasil (BBB) Felipe Prior foi condenado na última semana por um crime cometido em 2014: o estupro de uma jovem que, na época, tinha 22 anos. O regime inicial para cumprimento da pena, de seis anos, será o semiaberto.
Mas por que o crime de Prior, cometido há 9 anos, não prescreveu? O ex-BBB foi condenado porque a regra para esse tipo penal fixa o prazo de 16 anos para a prescrição dos crimes em que o máximo da pena aplicável esteja entre 8 e 12 anos. O crime de estupro tem pena de 6 a 10 anos, como explica Berlinque Cantelmo, advogado criminalista e sócio do Cantelmo Advogados Associados.
“É bom frisar que essa sentença que o condenou não é definitiva, e Prior poderá recorrer à instância superior num prazo de 5 dias da data em que for intimado da sentença”, diz Cantelmo.
Prior ainda responde por outras três denúncias de violência sexual. A defesa do influencer reafirmou sua inocência em nota publicada no Instagram, na última segunda-feira (10/7).
Somadas, as penas podem chegar a 24 anos no regime fechado, com direito a cumprimento de apenas 40% na cadeia e o restante em semiaberto.
Hoje com 31 anos, a vítima do crime que levou Prior a ser condenado conta que resolveu expor o que aconteceu somente após o BBB 20, do qual ele participou, quando recebeu de amigas relatos de outras mulheres que também teriam sido estupradas pelo empresário. Segundo ela, Prior buscava jovens alcoolizadas em festas.
No dia do crime, Prior e a vítima participaram de uma festa da universidade. Na volta para casa, o ex-BBB teria estuprado a jovem no banco de trás do carro. “À medida que as coisas iam acontecendo, ele ficava cada vez mais agressivo comigo. Proferiu umas frases muito… E começou a falar para eu parar de me fazer de difícil, que não era hora de dizer que não, e começou a forçar a penetração”, contou a vítima.
Outras vítimas
O Universa, do UOL, divulgou trechos de depoimentos de supostas outras vítimas de Felipe Prior. Uma delas diz ter sido vítima de violência sexual em 2018, afirmando que o ex-BBB “chegou a me bater”. “Ele começou a me segurar com força, me machucar. Comecei a chorar e pedi para ele parar. Ele continuava me batendo”, alega ela, de acordo com o site. A denúncia está na fase de investigação policial em uma cidade do interior de São Paulo.
Repercussão
Depois das declarações da moça, o arquiteto perdeu seguidores famosos, como Anitta, Carlinhos Maia, Jade Picon e Rafa Kalimann. Felipe Prior ainda segue os quatro. Após a repercussão da entrevista, Prior perdeu fãs no Instagram. Antes, ele tinha 6 milhões e na manhã desta segunda-feira (17/7) está com 5,9 milhões.
Além disso, Felipe Neto detonou o comportamento do ex-BBB em seu Twitter: “Desconfie de qualquer pessoa que, ao ouvir uma história sobre um estupro, imediatamente comece a dizer ‘ah mas…’. Agora, definitivamente corte da sua vida para sempre qualquer pessoa que, mesmo depois do estupro provado, fica do lado do estuprador. Nojo”, disparou ele, antes de concluir: “O estuprador continuar com 6 milhões de seguidores é assustador”.
Maira Pinheiro, advogada das vítimas, afirma receber “com muito alívio [a sentença] após três anos e meio de muita luta”: “Nossa cliente foi achacada, nós, advogadas, fomos muito atacadas durante esse processo, e essa condenação vem como reconhecimento de que tínhamos razão desde o início”, afirmou ela.