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Por que PIB deve crescer 3% em 2024 mesmo com inflação e juros altos

Apesar de economia em expansão, há pressão inflacionária, com aumento de custos de energia e combustíveis, o que mantém juros elevados

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1 de 1 Graficos - economia, bolsa de valores, investimento - PIB - Ações - Metrópoles - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

A economia brasileira deverá crescer em torno de 3% em 2024, segundo estimativas oficiais do Ministério da Fazenda e do Banco Central (BC), e também de acordo com projeções do mercado financeiro. Mesmo com a alta estimada para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, ainda há pressão inflacionária, o que mantém os juros elevados.

Na semana passada, citando uma “surpresa positiva” no resultado do PIB do segundo trimestre, o BC subiu a projeção para a expansão da economia do país de 2,3% para 3,2%, a mesma da pasta chefiada por Fernando Haddad. O PIB registrou alta de 1,4% no segundo trimestre de 2024 (abril, maio e junho), frente ao primeiro trimestre deste ano (janeiro, fevereiro e março).

O PIB é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos pelo país em um ano. Alta do indicador significa que a economia está crescendo em um ritmo bom, e queda implica encolhimento da produção econômica.

Pressão inflacionária

Ao mesmo tempo, com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) atingindo taxas mensais elevadas, a autoridade monetária e o mercado veem a inflação próxima do teto da meta estabelecida para este ano.

O centro da meta para 2024, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 3%, com variação de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo (ou seja: 4,5%, no teto, e 1,5%, no piso).

O BC projeta que o índice que mede a inflação oficial do país fique em 4,3%. Em avaliação similar, o mercado espera que o IPCA encerre o ano em 4,37%.

Os custos elevados se devem, por exemplo, à energia elétrica residencial. As contas de energia referentes ao mês de outubro estarão sob a bandeira vermelha pelo segundo mês consecutivo, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A diferença é apenas que em setembro o patamar era 1 e, em outubro, será 2.

A bandeira vermelha patamar 2 é o grau mais elevado na estrutura tarifária, que aumenta a conta quando há menos água nos reservatórios das usinas hidrelétricas. O acréscimo da bandeira tarifária tem como objetivo equilibrar os gastos de geração que sobem quando as hidrelétricas estão com menos água e as termelétricas são mais acionadas. No mês de setembro vigorou a bandeira tarifária patamar 1, que representa um acréscimo de R$ 4,46 na conta.

O preço dos combustíveis é puxado pelas altas do litro da gasolina, mas também sofre influência de elevações do litro de etanol e do diesel.

Com inflação, Selic segue alta

Com a pressão inflacionária, na segunda-feira (30/9), o mercado aumentou a estimativa da taxa básica de juros do país, a Selic, para 2024. Os analistas alteraram a projeção do juros de 11,50% ao ano (na semana passada) para 11,75% ao ano.

As informações estão presentes no relatório Focus, divulgado pelo Banco Central (BC) nessa segunda. Os dados são fruto de análise de mais de 150 analistas do mercado financeiro, consultados semanalmente na pesquisa do BC.

Atualmente, a Selic está em 10,75% ao ano. Há mais duas reuniões do Comitê de Política Monetária restantes neste ano: em novembro e em dezembro, e novas altas estão no radar.

O mercado espera um período prolongado de juros altos. Para 2025, a estimativa para a Selic segue em dois dígitos e também subiu, neste caso, de 10,50% para 10,75%.

O que dizem os especialistas

Analistas demandam uma revisão de gastos mais ampla por parte da equipe econômica do governo Lula (PT). Eles também avaliam que a desvalorização do real frente ao dólar pode ser um fator positivo para o setor exportador.

“No curto prazo a economia brasileira enfrenta o desafio de uma política monetária mais apertada, onde estamos em um ciclo de aumento da Selic, mas existem expectativas de crescimento do PIB e controle da inflação. O juro alto é necessário para ancorar a meta da inflação, mas sabemos que isso impactará o crescimento econômico”, explicou o economista Volnei Eyng, CEO da gestora Multiplike.

O especialista ponderou que, se o cenário global for favorável e o Brasil atrair mais investimentos externos, a economia pode se beneficiar disso no longo prazo.

Carlos Braga Monteiro, CEO do Grupo Studio, defendeu que o Banco Central permaneça “vigilante”. “O cenário global e a atração de investimentos externos podem impulsionar a economia no longo prazo, embora as incertezas atuais exijam cautela em meio a pressões inflacionárias e aumento de custos”, disse ele.

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