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Por quê furacões são tão comuns nos EUA e ciclones são raros no Brasil

Ao Metrópoles, meteorologista explica que a temperatura das água é essencial para a formação ou não de um furacão

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Furacão Milton - Nasa
1 de 1 Furacão Milton - Nasa - Foto: Nasa

Nesta semana, o furacão Milton causou um grande estrago na Flórida, Estados Unidos (EUA), destruindo cidades com ventos fortes e chuvas intensas. As imagens dos estragos da tempestade deixaram muito brasileiros preocupados, surgindo dúvidas se o mesmo poderia acontecer no território brasileiro. Por que os furacões são tão comuns nos EUA e os ciclones raros no Brasil. Confira a seguir.

A resposta para a dúvida está na temperatura da água do mar, de acordo com a meteorologista da Climatempo Josélia Pegorim. Os furacões se formam em regiões oceânicas onde a temperatura mínima da água é de 27ºC, o que acontece nas águas do Atlântico Norte, que tem naturalmente águas mais quentes do que as do Atlântico Sul.

Pegorim esclarece que uma área oceânica muito quente produz uma grande evaporação de umidade, que pode gerar grandes nuvens. Essa enorme “massa de nuvens” é que compõe um furacão. “Dependendo das condições da circulação de ventos em vários níveis da atmosfera, acima desta região de águas oceânicas muito quentes, poderemos ter ou não a formação de um furacão”, explica a meteorologista.

Um furacão já formado perde força quando se desloca para locais onde a temperatura da água do mar está relativamente baixa, ou avança para regiões de terra. “Isso acontece porque o que mantém um furacão vivo é a água do mar quente”, frisa Pegorim.

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Brandon Marlow caminha através das ondas que inundam a rua depois que o furacão Milton atingiu a costa na área de Sarasota em 9 de outubro de 2024, em Fort Myers, Flórida
A tempestade atingiu a costa como um furacão de categoria 3 na área de Siesta Key, na Flórida, causando danos e inundações em toda a Flórida Central
barcos são levados para a costa quando o furacão Milton passou pela área em 10 de outubro de 2024, em Punta Gorda, Flórida
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Joe Raedle/Getty Images
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Brandon Marlow caminha através das ondas que inundam a rua depois que o furacão Milton atingiu a costa na área de Sarasota em 9 de outubro de 2024, em Fort Myers, Flórida

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A tempestade atingiu a costa como um furacão de categoria 3 na área de Siesta Key, na Flórida, causando danos e inundações em toda a Flórida Central

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barcos são levados para a costa quando o furacão Milton passou pela área em 10 de outubro de 2024, em Punta Gorda, Flórida

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Ciclones

Os ciclones podem ser divididos em três categorias: tropicais, extratropicais e subtropicais. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), explica que os ciclones tropicais – conhecidos como furacões ou tufões – costumam ser mais intensos e devastadores. Eles acontecem no hemisfério norte e nunca estão associados a uma frente fria.

Os ciclones extratropicais são os mais comuns no Brasil. De acordo com o Inmet, eles se formam entre as latitudes de 30° e 60° nos dois hemisférios e são sempre associados a uma frente fria. Eles podem causar ventos fortes, chuvas intensas e ressacas no litoral.

Já os ciclones subtropicais são um misto dos tropicais e extratropicais. Eles costumam se formar no período da primavera e nem sempre são associados a uma frente fria.

A meteorologista Josélia Pegorim pontua que uma das principais preocupações da comunidade científica é em relação ao aumento da temperatura dos oceanos. “Os furacões se formam sobre regiões de águas muito aquecidas e isso já é plenamente compreendido pelos meteorologistas. Assim, oceanos cada vez mais quentes, nos levam a maior probabilidade de formação de furacões e também de furacões mais intensos”, destacou.

Ciclone Catarina

Em março de 2004, a região Sul foi atingida por um ciclone tropical que recebeu o nome de “Catarina”. O fenômeno resultou na morte de 11 pessoas e provocou bastante destruição, especialmente, no sul de Santa Catarina e em parte do litoral norte do Rio Grande do Sul.

Já em julho de 2023, a mesma região foi atingida por um ciclone extratropical. Na ocasião, o fenômeno se formou no continente e provocou chuvas e ventos fortes, principalmente nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

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