Por que a Ômicron aumenta necessidade de aprovação de novos antivirais
Alexandre Naime Barbosa, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, afirma que liberação de dois remédios é muito aguardada
atualizado
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São Paulo – O vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Alexandre Naime Barbosa, acredita que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deve autorizar o uso de dois antivirais para tratamento de Covid-19 nas próximas semanas.
“Essas medicações são muito aguardadas, porque existe um subgrupo de pessoas em que as vacinas têm menor efetividade, como aquelas com comorbidades e, principalmente, imunossuprimidas”, afirmou o também professor da Unesp ao Metrópoles.
Os antivirais paxlovid e molnupiravir seriam usados no tratamento ambulatorial da doença. Em conjunto com o imunizante, poderiam reduzir as internações e mortes – ainda mais em grupos de risco -, nesse momento de grande número de casos da Ômicron.
Atualmente, o Brasil conta com apenas um antiviral liberado: o rendesivir, para tratamento hospitalar. No entanto, o remédio ainda precisa ser aprovado para utilização na fase de sintomas mais leves da Covid-19.
Licença revogada
A liberação do paxlovid e do molnupiravir se tornou ainda mais necessária recentemente, com uma baixa nas alternativas. Um medicamento da classe anticorpos monoclonais que estava em uso no Brasil contra o coronavírus, o banlanivimabe/etesevimabe, liberado em maio do ano passado, teve sua autorização de uso emergencial revogada neste mês.
Com a chegada da Ômicron, a Anvisa solicitou à empresa Eli Lilly, responsável pelo medicamento, que liberasse novos dados de eficácia contra a variante do coronavírus. Como a companhia não apresentou informações, a licença acabou revogada.
Paxlovid e molnupiravir
A Anvisa recebeu da Pfizer na semana passada (16/2) o pedido de uso emergencial do paxlovid. Já a autorização do molnupiravir foi solicitada pela Merck em 26/11.
Segundo a Anvisa, o prazo de avaliação para o uso emergencial e temporário de medicamentos contra a Covid-19 é de até 30 dias.
“A Anvisa tem trabalhado com a máxima celeridade desde o momento em que a Merck fez a solicitação. A liberação deve ocorrer na próximas semanas”, disse o vice-presidente da SBI.
Medicamentos em uso
Além do antiviral rendesivir para tratamento de casos graves, no Brasil também está aprovado o uso do baricitinibe, que consiste em um anti-inflamatório.
Para o tratamento de sintomas iniciais, dois remédios foram liberados no país: o regkirona e o sotrovimabe, ambos da classe anticorpo monoclonal.
“O único que realmente existe bastante disponível no Brasil é o regkirona. O sotrovimabe não tem à venda, não possui importação”, disse Alexandre Naime Barbosa, o vice-presidente da SBI.