metropoles.com

Por lotação, hospitais suspendem atendimento no pronto-socorro em GO

Segundo Associação que representa os hospital privados, unidades de saúde não têm mais capacidade de receber novos pacientes

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Reprodução/TV Anhanguera
goias informe em porta de hospital suspensão de atendimentos pronto socorro
1 de 1 goias informe em porta de hospital suspensão de atendimentos pronto socorro - Foto: Reprodução/TV Anhanguera

GoiâniaA sobrecarga na rede de saúde, tanto particular quando pública, é uma realidade na capital goiana e em todo o estado de Goiás. Vários hospitais particulares estão sendo obrigados a suspender o atendimento de pronto-socorro por conta da alta demanda.

Um dos casos é o do Hospital Jacob Facuri. Com ocupação total de leitos, unidades de terapia intensiva (UTIs) e enfermarias, um hospital particular de Goiânia fechou o atendimento no pronto-socorro para novos pacientes.

Em imagem do  que circula pelas redes sociais, mensagem colada na porta da unidade diz: “devido a 100% de lotação dos leitos, infelizmente por enquanto não podemos atender o Pronto-Socorro”.

De acordo com a Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg), esse não é um caso isolado. Os hospitais estão sendo obrigados a suspender temporariamente o atendimento nos prontos-socorros por total incapacidade de receber novos pacientes, por falta de profissionais, equipamentos e insumos.

Ao Metrópoles, a entidade destacou que, para os pacientes internados, o atendimento está sendo garantido ainda que em condições não adequadas. “A Ahpaceg e seus associados seguem atentos e preocupados com o avanço da pandemia. A rede hospitalar está fazendo o possível, mas a população precisa continuar se cuidar para evitar novos casos”, diz a entidade.

Recomendação

No último sábado  (13/3), o Ministério Público de Goiás (MPGO) recomendou aos hospitais particulares de Goiânia que mantenham as unidades de pronto-socorro em funcionamento por se tratar de um serviço essencial. Segundo o órgão, a medida foi tomada diante da constatação de que estabelecimentos de saúde fecharam as unidades de pronto-atendimento sob o argumento de que não há leitos em decorrência da pandemia de Covid-19.

De acordo com o MPGO, a negativa de atendimento por parte dos hospitais, das redes pública e privada, pode incorrer em crime.

9 imagens
Hospital particular, em Goiânia, informa suspensão de atendimento no Pronto Socorro devido a lotação da unidade
Paciente com Covid internado em Goiânia
Paciente interno em UTI Covid em Goiás
Paciente internado em Goiânia
Novos leitos
1 de 9

Professor, de 26 anos, morreu de Covid-19 depois de esperar dois dias por um leito de UTI em Aparecida de Goiânia

Reprodução/Facebook
2 de 9

Hospital particular, em Goiânia, informa suspensão de atendimento no Pronto Socorro devido a lotação da unidade

Reprodução/TV Anhanguera
3 de 9

Paciente com Covid internado em Goiânia

Vinícius Schmidt/Metrópoles
4 de 9

Paciente interno em UTI Covid em Goiás

Vinícius Schmidt/Metrópoles
5 de 9

Paciente internado em Goiânia

Foto ilustrativa: Vinícius Schmidt/Metrópoles
6 de 9

Novos leitos

Foto: Rodrigo Estrela
7 de 9

Centro de Especialidades, em Aparecida, terá mais 30 leitos de enfermaria para Covid

Foto: Enio Medeiros
8 de 9

Ronaldo Caiado durante a inauguração do hospital de campanha de Uruaçu

Divulgação/Governo de Goiás
9 de 9

Divulgação/Governo de Goiás
Alta demanda

Conforme o painel on-line da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), que é atualizado em tempo real, a taxa de ocupação de leitos de UTI dos hospitais públicos e privados está em 97,49%. Para os hospitais estaduais, a taxa é de 95,24%, o que significa que dos 462 leitos, apenas 22 estão disponíveis.

Segundo o painel eletrônico, na capital, a ocupação dos leitos de UTI está em 98,36%, enquanto a de enfermaria está em 84,81%.

Mesmo com a abertura de novos leitos de UTI para Covid em Goiás, a demanda hospitalar segue alta. Cerca de 308 pessoas com a doença estão na fila de espera por leito de UTI para Covid-19, em Goiás, segundo o Complexo Regulador Estadual (CRE). Outras 247 aguardam vagas em enfermarias.

Cada uma das 555 pessoas deve passar por análise de técnicos da secretaria antes de ser encaminhada a hospitais exclusivos para tratamento de pacientes com a doença.

A espera de um leito

No município de Aparecida de Goiânia, na região metropolitana da capital, o professor Paulo Vitor Ferreira de Melo, de 26 anos, morreu de Covid-19 depois de esperar dois dias por uma vaga de UTI. Ele morreu na noite do último sábado (13/3).

Ao G1, familiares informaram que o professor havia testado positivo para o coronavírus há uma semana e, até então, não apresentava sintomas graves. No entanto, na quinta-feira (11/3), ele se sentiu mal e resolveu procurar a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) do Parque Flamboyant.

Ainda de acordo com familiares, Paulo aguardou por dois dias na UPA e só conseguiu uma vaga de UTI quando não tinha mais condições de ser transferido pelo agravamento da doença.

O Metrópoles entrou em contato com a Secretaria de Saúde de Aparecida, que informou perfil de risco da doença para o paciente, que era obeso. De acordo com a SMS de Aparecida, foi solicitada uma vaga de internação para Paulo em enfermaria na noite da quinta-feira (11). No dia seguinte, ele foi reavaliado pela equipe médica da UPA que constatou a piora clínica do quadro e solicitou a vaga de UTI.

A SMS afirma que a vaga de UTI foi liberada para Paulo às 16h36, no Hospital Municipal de Aparecida (HMAP). No entanto, o paciente já estava sendo intubado na UPA e não poderia mais ser removido. “Infelizmente, ele não resistiu à piora rápida do quadro clínico e faleceu na UPA no dia 13”, diz a pasta.

“A SMS se solidariza com a família e amigos de mais esta vida perdida devido à Covid-19 e destaca que, desde a primeira solicitação de internação, buscou incessantemente uma vaga no sistema para o perfil do paciente. Durante esse tempo, ele foi permanentemente assistido pela equipe da UPA Flamboyant com toda a estrutura da unidade”, ressaltou a Secretaria de Saúde de Aparecida.

Ainda de acordo com a SMS, nesta segunda-feira haviam 15 pendências em pedidos de vagas hospitalares para tratamento da Covid-19, 5 para UTI e 1 de enfermaria para pacientes com endereço de Aparecida de Goiânia, 4 de UTI e cinco de enfermaria referentes a pacientes de outro municípios. 

Novos leitos

O Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia (HMAP) finaliza nesta segunda (15) a implantação, no Centro de Diagnósticos e Especialidades, de 30 leitos de enfermaria exclusivos para o tratamento de pacientes com Covid-19.

O HMAP também abriu novos leitos na ala covid da unidade, após o agravamento da pandemia. No decorrer da semana passada, foram implantados mais 20 novos leitos de terapia intensiva (UTI) no hospital. Com a expansão, a unidade tem agora 129 leitos de UTI e 86 de enfermaria dedicados ao tratamento dos pacientes infectados pelo coronavírus.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?