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Por desastres naturais, 49% da população se mudará nos próximos anos

A análise foi feita em 34 países, e o Brasil ficou em 3º lugar entre aqueles com áreas de risco para desastres naturais. Índia ocupou 1º

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Imagem colorida mostra Cenas de lama e destruição em São Sebastião no litoral de São Paulo - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra Cenas de lama e destruição em São Sebastião no litoral de São Paulo - Metrópoles - Foto: Alfredo Henrique/Metrópoles

Pesquisa do Instituto Ipsos, divulgada nesta terça-feira (21/2), mostrou que 49% dos brasileiros acreditam que vão precisar mudar de endereço por causa das condições climáticas. A análise é um reflexo da tragédia no litoral norte de São Paulo, onde seis municípios estão em situação de calamidade pública em decorrência das chuvas intensas.

A análise foi feita em 34 países, e o Brasil ficou em 3º lugar entre aqueles com áreas de risco para desastres naturais. As mudanças devem ocorrer nos próximos 25 anos devido às mudanças climáticas. O primeiro colocado do ranking é a Índia, onde 65% das pessoas acham que vão precisar se mudar por causa das alterações bruscas no clima.

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Pistas em São Sebastião, local mais atingido pelas chuvas
Cenas do estrago das chuvas em São Sebastião, no litoral norte de São Paulo
Cenas do estrago das chuvas em São Sebastião, no litoral norte de São Paulo
Estragos na rodovia no bairro Juquey em São Sebastião, litoral norte de São Paulo
Estragos na rodovia no bairro Juquey em São Sebastião, litoral norte de São Paulo
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Estado em estrada na entrada de São Sebastião, em São Paulo

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Pistas em São Sebastião, local mais atingido pelas chuvas

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Cenas do estrago das chuvas em São Sebastião, no litoral norte de São Paulo

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Cenas do estrago das chuvas em São Sebastião, no litoral norte de São Paulo

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Cenas de lama e destruição em São Sebastião no litoral de São Paulo

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Outro dado importante é que 71% dos brasileiros que responderam a pesquisa disseram que precisarão se mudar já nos próximos 10 anos em razão dos locais que ocupam.

Além disso, 63% dos entrevistados brasileiros afirmaram que as mudanças climáticas já tiveram um efeito grave na região em que vivem. A média global é de 56%. Nesta modalidade, onde mais pessoas disseram que desastres naturais tiveram grave efeito em suas casas, o primeiro colocado foi o México, que registrou índice de 75%.

A pesquisa Climate Change: Severity of Effects and Expectations of Displacement foi realizada pela Ipsos entre julho e agosto de 2022, com 23.507 entrevistados em 34 países.

São eles: África do Sul, Alemanha, Austrália, Argentina, Arábia Saudita, Bélgica, Brasil, Canadá, Chile, China, Colômbia, Coreia do Sul, Emirados Árabes Unidos, Espanha, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Holanda, Hungria, Índia, Indonésia, Irlanda, Itália, Japão, Malásia, México, Peru, Polônia, Portugal, Romênia, Suécia, Suíça, Tailândia e Turquia.

Chuvas em São Paulo

Desde sábado (18/2), a situação de pelo menos seis municípios paulistas preocupa o Brasil e o mundo. Após as fortes chuvas que acometeram o litoral norte de São Paulo, o governo estadual confirmou 44 mortos e 49 desaparecidos. Até esta terça-feira (21/2), apenas sete corpos haviam sido identificados e liberados, sendo três crianças.

De acordo com o governo, há 1.730 desalojados e 766 desabrigados em todo o estado. Foram afetadas pela chuva as cidades São Sebastião, Ubatuba, Caraguatatuba, Ilha Bela, Bertioga e Guarujá. Todas decretaram estado de calamidade.

Para tentar localizar sobreviventes, equipes municipais, estaduais e federais fazem ações de resgate e salvamento desde a madrugada de domingo (19/2). No total, a força-tarefa envolve mais de 600 homens e mulheres.

Com pás e enxadas, tropas reviram a lama à procura de vítimas. Embarcações são usadas para transportar colchões e mantimentos para quem ficou ilhado. No céu, 14 helicópteros da PM e do Exército transportam efetivos aos locais de difícil acesso, socorrem feridos e removem corpos.

O que causou o fenômeno

forte chuva que atingiu o litoral de São Paulo superou as previsões e o alerta emitido pela Defesa Civil. Ana Ávila, meteorologista do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), explica que o fenômeno climático foi provocado por alguns fatores que ocorreram simultaneamente.

“Nós tivemos uma frente fria que chegou do Sul do país e veio com bastante intensidade, acompanhada de uma massa de ar mais frio. Houve um encontro entre essa frente fria que veio do Sul com o transporte de calor e umidade vindo da região norte do País”, diz Ana.

O encontro da frente fria do sul com o calor vindo do norte ocorreu em área de instabilidade. “Havia um centro de baixa pressão na região. Esse transporte de ar mais quente e úmido favoreceu essa grande concentração de nuvens e essa chuva intensa”, afirma a especialista.

Segundo o Centro Nacional de Previsão de Monitoramento de Desastres (Cemaden), em 24 horas, entre 9h do sábado (18/2) e 9h do domingo (19/2), choveu 680 mm em Bertioga; 626 mm em São Sebastião; 388 mm no Guarujá; 337 mm em Ilhabela; 335 mm em Ubatuba; 234 mm em Caraguatatuba; 225 mm em Santos; 203 mm em Praia Grande e 186 mm em São Vicente.

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