População brasileira mostra tendência ao envelhecimento, segundo IBGE
Número de pessoas abaixo de 30 anos de idade no país caiu 5,4% na última década, enquanto o número de maiores que 60 anos saltou para 14,7%
atualizado
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Ao longo da última década, a população brasileira demonstrou tendência ao envelhecimento, com queda do número de pessoas abaixo dos 30 anos e aumento entre os grupos mais velhos no período. O dado foi divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (22/7).
De acordo com levantamento do instituto, a proporção de pessoas com menos de 30 anos recuou de 49,9% da população do país em 2012 para 43,9% em 2021. Em números absolutos, o índice de brasileiros no grupo saiu 98,7 milhões para 93,4 milhões, uma queda de 5,4%.
Os dados integram a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Características Gerais dos Moradores 2021. A pesquisa aponta que a população brasileira cresceu 7,6% na última década — entre 2012 e 2021, em um salto de 197,7 milhões para 212,7 milhões.
Com a mudança demográfica, os maiores de 3o anos passaram a representar 56,1% da população total em 2021. Esse percentual era de 50,1% em 2012, início da série histórica da pesquisa. Segundo o IBGE, a queda é um reflexo da diminuição da fecundidade no país, ao longo das últimas décadas.
Em contrapartida, a parcela de pessoas com 60 anos ou mais saltou de 11,3% para 14,7% da população. Ou seja, o grupo dessa faixa etária passou de 22,3 milhões para 31,2 milhões, crescendo 39,8% no período.
De acordo com o instituto, a estimativa populacional ainda não incorporou os índices ocasionados pela pandemia de Covid-19, que já provocou mais de 670 mil mortes no país desde 2020.
Segmento ativo
O levantamento indica ainda a razão de dependência demográfica da população do país. Com o envelhecimento da população, os resultados desse indicador vêm mudando nos últimos anos.
O dado é importante para calcular o peso do segmento etário considerado economicamente dependente, sobre o grupo potencialmente ativo. A razão de dependência pode ser separada em dois grupos etários considerados dependentes economicamente: o de crianças e adolescentes (de 0 a 14 anos) e o das pessoas de 65 anos ou mais de idade.
A razão de dependência de jovens passou de 34,4 crianças e adolescentes por 100 pessoas em idade potencialmente ativas, em 2012, para 29,9, em 2021. Já a razão de dependência dos idosos aumentou de 11,2 para 14,7 no mesmo período.
Recorte regional
Em 2021, a região Norte registrou a maior concentração dos grupos de idade mais jovens, com de 30,7% da sua população abaixo dos 18 anos. Em seguida, vem o Nordeste (27,3%). Contudo, ambas as regiões tiveram a maior redução da população com essa faixa etária quando comparados às demais.
Em comparação com a década anterior, a participação da população idosa cresceu em todas as grandes regiões. As pessoas com 60 anos ou mais estão mais concentradas no Sudeste (16,6%) e no Sul (16,2%).
Entre os estados, aqueles que tem o maior número de de idosos são Rio de Janeiro (19,1%) e Rio Grande do Sul (18,6%). Já Roraima tem a menor participação desse grupo etário em sua população (7,7%).