Pop it: brinquedo de silicone vira febre entre crianças
Busca pelo produto de silicone que ajuda com a ansiedade dos pequenos aumentou durante a pandemia
atualizado
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Rio de Janeiro – Em meio à pandemia da Covid-19, famílias se depararam com o desafio de entreter as crianças. Sem aulas presenciais e contato físico com amigos, os pequenos ficaram agitados e passaram mais tempo em frente às telas.
Com isso, muitos responsáveis recorreram aos pop its (também conhecidos como fidget toys), brinquedos de silicone com bolinhas semelhantes ao plástico bolha, que emitem um som ao serem apertadas. O produto acabou virando febre. Há variedade de cores, tamanhos e texturas, mas algo em comum: o potencial alívio do estresse na criançada.
Os pop its podem ser encontrados por preços variados na internet, nos shoppings e em ruas famosas de comércio, caso da 25 de Março, em São Paulo. São desde peças unitárias, na média de R$ 30, até kits, entre R$ 100 e R$ 150.
O gerente nacional de vendas da empresa Toyng Brinquedos, Edmilson de Matos Santana, explica que o negócio investe nos objetos desde 2019, mas foi em 2021 que houve uma explosão da procura.
“A pandemia nos trouxe muitas mudanças e uma delas foi uma alteração no hábito dos consumidores, que, ao ficarem mais em casa, desenvolveram comportamentos de ansiedade“, afirma. A companhia, inclusive, lançou uma nova marca, denominada Fidget Toyng, especializada na novidade, tamanha a procura.
De acordo com o Google Trends, entre 2016 e 2020, as buscas por “fidget toy” se mostraram pouco expressivas. Até que, de abril em diante deste ano, houve um aumento de mais de 1000% na procura pelo termo no site de pesquisa. O mesmo ocorreu com “pop it”. A partir de maio deste ano, o salto foi de 2000%.
Benefícios
Doutora em Psicanálise, Saúde e Sociedade e professora da Universidade Veiga de Almeida (UVA), Ondina Maria Alves destaca a necessidade de os pais recorrerem mais aos brinquedos, como os fidget toys, do que aos celulares para entreter as crianças, pois a segunda opção pode ser prejudicial, se não houver controle.
“Os pais são modelo de conduta. Se eles estiverem no celular durante muito tempo, a criança vai querer um aparelho para ela, e isso não é saudável para o desenvolvimento. É conveniente que elas não fiquem mais de duas horas por dia nas telas, de forma alternada. E é aí que entram os brinquedos, que são instrumentos de desenvolvimento”, explica.
A especialista também pontua as vantagens de produtos feitos de silicone. “Não machucam, são facilmente laváveis, podem ser esterilizados, pois não deformam… Além disso, podem ser levados para ao jardim, para a praia, para onde for”, explica.
A psicóloga reforça também o papel da interação entre criança, família e brinquedo. “É preferível que os pais tenham um tempo dedicado integralmente à criança, sem atender o telefone ou sair do ambiente, e que fiquem de fato brincando com ela”, finaliza.