Zambelli chora e cobra Pacheco para que paute impeachment de Moraes
Emocionada com a decisão judicial contra Daniel Silveira, a deputada prometeu “trabalhar todos os dias” para que Pacheco não seja reeleito
atualizado
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A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) afirmou, nesta quinta-feira (31/3), que “vai trabalhar todos os dias” para que o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD), não seja reeleito pelo estado de Minas Gerais, caso se recuse a pautar o impeachment do ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF). Compete ao senador dar andamento ou determinar o arquivamento das petições que tratam sobre a destituição de ministros da Suprema Corte.
A ameaça ocorre em razão da recente decisão do ministro em determina a reinstalação da tornozeleira eletrônica no deputado federal Daniel Silveira (União-RJ), seu aliado na Câmara dos Deputados. Zambelli chorou ao falar sobre a decisão, que deve ser cumprida ainda nesta manhã, conforme sinalizou a defesa do parlamentar.
“Mando um recado para o Rodrigo Pacheco: se o senhor é homem, se o senhor quer honrar a cadeira onde o senhor está sentado, o senhor vai acolher esse pedido de impeachment. Porque pode ter certeza, se não fizer isso, nunca mais o senhor vai ser eleito em Minas Gerais. E eu vou trabalhar todos os dias pra que o senhor não seja eleito e vou trabalhar todos os dias”, defendeu a parlamentar.
Zambelli também prometeu “tirar Alexandre de Moraes do STF”.
“Vamos trabalhar todos os dias para tirá-lo, fazer o impeachment dele porque decisões ilegais não se cumprem e você está perseguindo, perseguindo politicamente uma pessoa que não merece essa perseguição. O senhor pode ter certeza, o senhor vai cair”, disse.
A deputada voltou a dizer que Silveira só recuou e aceitou cumprir a decisão de Moraes quando o ministro sinalizou com a aplicação de multa diária de R$ 15 mil e bloqueio das contas bancárias dele, caso continuasse se recusando a fugir da instalação da tornozeleira. O deputado carioca chegou a ficar alojado no plenário da Câmara dos Deputados para evitar o cumprimento da sentença.
“O Daniel não é um uma pessoa corrupta, de caixinha de corrupção. Aquilo ali foi um sequestro de bens, determinar o fechamento de todas as contas bancárias dele. Ele tem duas filhas, uma esposa e não é bandido. O Daniel é uma pessoa boa, não é nenhum bandido e ele não merece isso”, completou a deputada.
Entenda o caso
No sábado (26/3), Moraes determinou que Silveira voltasse a usar tornozeleira eletrônica e também o proibiu de participar de eventos públicos. Além disso, o parlamentar não poderia se ausentar do Rio de Janeiro, salvo para ir à Brasília para exercer seu mandato de deputado federal. O ministro acolheu pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Moraes cobrou a instalação imediata do equipamento, e o deputado negou o cumprimento da ação na terça-feira (29/3). No plenário da Casa, Silveira afirmou que só sairia de dentro da Câmara quando for pautada a proposta para sustar a ação penal n° 1.044 proposta contra ele e chamou Moraes de “sujeito medíocre”.
“Eu falo em tribuna: não será acatada a ordem do Alexandre de Moraes enquanto não deliberar pela Casa. Quem decide isso são os deputados. Alexandre: cumpra a Constituição”, acrescentou.
O parlamentar pernoitou na Câmara, para que a instalação do equipamento não seja feita. o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, decidiu marcar o julgamento do caso no plenário da Corte para o dia 20 de abril.
O vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PSD-AM), defendeu, nesta quarta-feira (30/3), que o plenário da Casa é “um ambiente inviolável” e, portanto, a Polícia Federal não estaria autorizada a colocar a tornozeleira eletrônica no parlamentar.