Witzel recebeu repasse de R$ 74 mil do escritório da esposa, aponta MPF
Repasses teriam sido feitos no mesmo dia em que primeira-dama recebeu dinheiro de empresas investigadas por corrupção
atualizado
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Denunciado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, o governador afastado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), recebeu R$ 74 mil diretamente do escritório de advocacia da esposa, Helena Witzel.
A informação consta na denúncia apresentada nesta sexta-feira (28/8) pelo Ministério Público Federal (MPF). Por causa das investigações, Witzel foi afastado do cargo de governador, a princípio, por 180 dias.
No texto que embasou a decisão, é indicado que o grupo teria uma “caixinha de propina” abastecida por organizações sociais e empresas ligadas à saúde.
Dois repasses chamaram a atenção dos investigadores da Unidade de Inteligência Financeira (UIF), segundo o MPF, em razão de os pagamentos terem sido realizados em datas próximas ou, até mesmo, no mesmo dia.
Um deles aconteceu em 8 de outubro do ano passado, quando a Quali Clínicas Gestão e Serviços de Saúde teria depositado R$ 15 mil para o escritório de Helena Witzel. Dois dias depois, ela repassou o montante para a conta do marido.
Em outra oportunidade, descreve o MPF, no mesmo dia em que o escritório recebeu R$ 15 mil da Cootrab Cooperativa Central de Trabalho, houve transferência para a conta pessoal de Witzel.
Dessa maneira, o MPF aponta que o escritório da primeira-dama teria sido “utilizado para receber dinheiro oriundo de corrupção e lavar ativos provenientes da organização criminosa”.
No total, Helena Witzel teria recebido vantagem indevida no valor de R$ 280 mil, “ofertada e paga pelo empresário Gothardo Lopes Netto, que agiu com o intuito de obter facilidades e proteção em relação aos contratos de suas empresas com o estado”.
Leia a íntegra da denúncia da PGR contra Wilson Witzel.