Witzel nega “rachadinha da saúde” e diz que voltará a governar o Rio
Governador afastado é apontado pela PGR como o líder de organização criminosa que montou esquema de desvio de recursos de prefeituras
atualizado
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Apontado pela Procuradoria-Geral da República como o líder de uma organização criminosa que montou um esquema de “rachadinha da saúde” no estado do Rio de Janeiro, o governador afastado Wilson Witzel (PSC) foi às redes sociais, nesta segunda-feira (21/9), para se defender.
Segundo a PGR, tomando como base as delações do ex-secretário de Saude do Rio Edmar Santos e do empresário Edson Torres, a Secretaria Estadual de Saúde planejou transferir R$ 600 milhões aos fundos municipais de Saúde, para que o montante entrasse no cálculo do valor mínimo constitucional a ser aplicado na área.
A divisão dos recursos deveria ser feita pelo tamanho do município, mas nem sempre isso era respeitado. A intenção seria superfaturar obras em algumas cidades e reverter o lucro para o núcleo que seria comandado pelo Pastor Everaldo, presidente do PSC e que também foi preso. Em algumas cidades, o retorno para o grupo seria de até 10% dos recursos repassados.
Witzel reagiu. E afirma que Santos e Torres são “bandidos confessos”, com os quais foram “encontrados milhões”. “Comigo, um centavo sequer”. O governador afastado diz ter certeza de que voltará a comandar o estado.
Confira:
Tomei a decisão de repassar o limite constitucional de 12% para a Saúde e para os municípios. Não fosse essa ação, a pandemia teria sido muito pior no RJ! Infelizmente, Edmar e Edson Torres, bandidos confessos, se infiltraram no Governo e agora querem me incriminar.
— Wilson Witzel (@wilsonwitzel) September 21, 2020
Com eles foram encontrados milhões. Comigo, um centavo sequer! Tenho convicção de que voltarei a governar o RJ e continuarei implacável no combate à corrupção. Este é o temor das máfias que atuam no nosso Estado.
— Wilson Witzel (@wilsonwitzel) September 21, 2020
Finansus
Edmar Santos confirma o esquema, em sua delação premiada, e detalha que foi criada uma outra fonte de pagamento, uma vez que a primeira somente poderia ser utilizada após a compra ou realização de obra pelo município. Ele explica que a ideia de criar o Finansus, com orçamento de R$ 2 bilhões, partiu de sua equipe.
Witzel foi citado por Edmar por ter indicado o município de Duque de Caxias para receber os repasses do Fundo Estadual de Saúde. A escolha teria sido feita pela proximidade do prefeito Washington Reis com o empresário Márcio Peixoto.