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Witzel acusa Bolsonaro de fascismo e diz que Flávio deveria estar preso

Governador classificou a operação Placebo, que cumpriu mandados de busca em sua casa, como um ato de perseguição política

atualizado

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Alvo de mandado de busca e apreensão na manhã desta terça-feira (26/05), o governador do Rio, Wilson Witzel, classificou a operação como um ato de perseguição política do presidente Jair Bolsonaro por meio da Polícia Federal. Em pronunciamento no Palácio Laranjeiras, sua residência oficial, ele chamou o presidente de fascista e disse que o senador Flávio Bolsonaro deveria estar preso.

Ao afirmar que é inocente e que está indignado com a operação – que apreendeu, por exemplo, seus celulares -, Witzel disse que o país é governado por um presidente que, além de ignorar o perigo do coronavírus, inicia perseguição política contra aqueles que considera inimigos. “Não abaixarei minha cabeça, não desistirei do estado do Rio e continuarei trabalhando para uma democracia melhor, continuarei lutando contra esse fascismo que está se instalando no País, contra essa ditadura de perseguição.”

Numa atitude rara – relacionar sua eleição em 2018 com a de Bolsonaro -, afirmou ainda que o presidente pretende ser um ditador. “Não permitirei que esse presidente que ajudei a eleger se torne mais um ditador na América Latina.”

Segundo Witzel, a PF engaveta inquéritos contrários ao presidente e age com celeridade em casos que investigam adversários políticos dele. Foi neste contexto que o governador alegou que Flávio Bolsonaro deveria estar preso.

“O senador Flávio, com todas as provas que já temos contra ele – dinheiro em espécie depositado em conta corrente, lavagem de dinheiro, bens injustificáveis -, já deveria estar preso”, disse. ” A PF deveria fazer o seu trabalho com a mesma celeridade que faz aqui no Rio porque o presidente acredita que estou perseguindo a família dele. E ele só tem essa alternativa de me perseguir politicamente.”

O governador fez um comentário que tem referência indireta ao ex-governador Sérgio Cabral, ao alegar que não foram encontrados dinheiro e joias no Palácio Laranjeiras, um dos locais alvos da operação. Ao todo, foram cumpridos mandados em 12 endereços, que incluem ainda a casa pessoal do mandatário e o escritório da primeira-dama Helena Witzel.

Essas “narrativas fantasiosas, investigações precipitadas”, apontou Witzel, serão desmentidas no Superior Tribunal de Justiça, que teria sido induzido ao erro quando autorizou os mandados.

“O que aconteceu comigo vai acontecer com outros governadores considerados inimigos”, disse.

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As diligências apontam que foi criada "estrutura hierárquica no Poder Executivo do estado, escalonada a partir do governador Wilson Witzel"
Segundo a PGR, o esquema propiciou contratações sobre as quais pesam "fortes indícios de fraudes"
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Operação Placebo investiga suspeitas de desvio de recursos destinados à área da saúde do estado durante a pandemia provocada pela Covid-19

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As diligências apontam que foi criada "estrutura hierárquica no Poder Executivo do estado, escalonada a partir do governador Wilson Witzel"

JOSE LUCENA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
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Segundo a PGR, o esquema propiciou contratações sobre as quais pesam "fortes indícios de fraudes"

Barbara Dias/Agif/AE

 

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