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Wilson Witzel vai prestar novo depoimento à CPI, desta vez sigiloso

Colegiado aprovou outra oitiva após o ex-governador indicar a existência de esquema de desvio de recursos por organizações do estado

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Wilson Witzel
1 de 1 Wilson Witzel - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel prestará novo depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid. Desta vez, a oitiva ocorrerá de forma sigilosa, ou seja, entre o depoente e os membros do colegiado a portas fechadas.

A realização de uma sessão sigilosa para ouvir Witzel foi aprovada pelos senadores nesta quarta-feira (23/6) e atende a pedido feito pelo próprio ex-governador. O requerimento aprovado é de autoria do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE).

Vieira defendeu que, no primeiro depoimento, Witzel pediu pela sessão confidencial por forma de “preservar sua incolumidade física, possibilitando que revele fatos e apresente documentos de especial interesse para a presente investigação”.

“A ser reputada verdadeira a alegação de que teria material robusto a oferecer a esta CPI, corroborando fatos graves que pretende expor reservadamente, julga-se conveniente a sua oitiva nesses termos. O pedido se justifica ainda porque a Comissão não pode se furtar a ouvir o depoente em razão da condição política de que gozava em importante período da pandemia”, justificou o senador no pedido.

Em depoimento à CPI, Witzel disse que há um esquema de desvio de recursos por parte de pelo menos sete organizações e que a “máfia da saúde” no estado teria financiado o processo de impeachment.

O ex-governador afirmou ainda que Claudio Castro teria mantido contratos com essas organizações e que “estranhamente” estava em Brasília no dia em que Witzel sofreu busca e apreensão, no ano passado, o que Castro negou.

Segundo o presidente Omar Aziz (PSD-AM), a diligência sigilosa decorre do temor de Witzel pela segurança dele. Na semana passada, o vice-presidente Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmou que o colegiado pedirá à Polícia Federal medidas de segurança para resguardar o ex-governador.

Ainda não há local definido para a realização da oitiva confidencial. “A diligência é para alguém que pediu para ser ouvido. Tem de haver uma conversa entre a secretaria da nossa Mesa e os advogados do depoente para que a gente entre em um consenso [sobre o local para depoimento]”, disse.

O vice-líder do governo no Senado, Jorginho Mello (PL-SC), defendeu que a diligência ocorra no Senado e que Witzel “não pode ter privilégio nenhum”.

“Condenado não tem que estar impondo lugar para ser ouvido. Concordo com o requerimento, mas ele tem que vir aqui no Senado da República. Não podemos gastar mais dinheiro público com quem fez patifaria. Se ele tem dificuldade em andar na rua, em avião de carreira, é porque ele colocou a mão no baleiro, e picareta tem que ser hostilizado pelo povo brasileiro”.

Quebras de sigilo

Após a oitiva do ex-governador, o comando do colegiado também decidiu pautar para esta manhã a quebra dos sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático das organizações apontadas por ele. Os requerimentos também foram aprovados.

Confira as organizações citadas por Witzel e que tiveram quebra de sigilo aprovada:

  • Instituto Unir Saúde;
  • Viva Rio;
  • Associação Filantrópica Nova Esperança;
  • Associação Mahatma Gandhi;
  • Instituto dos Lagos Rio;
  • Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (Iabas); e
  • Instituto Diva Alves do Brasil (Idab).

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