Weintraub responde por escrito em inquérito sobre racismo contra chineses
Ministro da Educação esteve na sede da Polícia Federal e disse, após a oitiva, que “liberdade de expressão é muito importante na democracia”
atualizado
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O ministro da Educação, Abraham Weintraub, esteve nesta quinta-feira (04/06) na sede da Polícia Federal, em Brasília (DF), para prestar depoimento no inquérito em que é investigado por suposto racismo contra chineses. Após tentativa infrutífera de adiar a audiência, o ministro ficou por aproximadamente 20 minutos na PF, onde respondeu às perguntas por escrito.
Meia hora antes, a defesa de Weintraub aprsentou novo recurso junto ao STF, olcitando adiamento do depoimento de hoje. Ma snão houve tempo hábil para a Corte analisar o pedido.
Depois da audiência, o ministro tuitou e disse que foi muito bem recebido na PF. Confira:
Prestei depoimento à PF, em respeito à Polícia. Fui muito bem recebido pelo diretor-geral Rolando e por toda sua equipe. Agradeço especialmente a você, que me apoia na luta pela LIBERDADE!
— Abraham Weintraub (@AbrahamWeint) June 4, 2020
Após sair da PF, Weintraub foi abraçado e carregado por manifestantes que faziam portaria em seu apoio. Cerca de 50 apoiadores o esperavam com cartazes e palavras de ordem. Em um megafone, Weintraub questionou a liberdade de expressão no Brasil.
“Deixa eu falar pra vocês: a liberdade é a coisa mais importante em uma democracia. E a primeira coisa que vão tentar calar é a liberdade de expressão. Obrigada pelo apoio, gente. Estamos juntos”, falou, com gritos de guerra a favor do governo e do ministro.
Weintraub foi abraçado pelos manifestantes até o carro, ainda em gritos o vangloriando. Ao chegar no local, antes de prestar depoimento, o ministro se negou a falar com a imprensa. Ele deixou a sede sem conversar com os jornalistas.
Veja imagens:
Cebolinha
A postagem que gerou o inquérito e reclamações oficiais por parte da China foi feita por Weintraub em 4 de abril deste ano. O ministrou usou uma imagem da Turma da Mônica e escreveu, tentando imitar os erros de português do personagem Cebolinha, que a crise do coronavírus seria uma espécie de “plano infalível” de dominação mundial.
A Embaixada da China no Brasil reagiu e acusou o ministro de fazer declarações difamatórias e associar o país asiático à origem da Covid-19.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello resolveu, então, determinar abertura de inquérito contra Weintraub por suposto crime de racismo, atendendo a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).