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Weintraub: cobrança em universidade federal não traz resultado prático

Segundo o ministro, apenas 10% dos estudantes de instituições públicas teriam condições de arcar com as mensalidades

atualizado

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O ministro da Educação Abraham Weintraub concede entrevista coletiva para falar sobre o Enem Digital
1 de 1 O ministro da Educação Abraham Weintraub concede entrevista coletiva para falar sobre o Enem Digital - Foto: Andre Borges/Especial para o Metrópoles

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, afirmou na manhã desta terça-feira (30/07/2019) que é contra a cobrança de mensalidade para alunos de alta renda em universidades federais porque “essa é uma medida que não trará resultados práticos”. “Apenas 10% dos alunos das federais teriam condições de arcar com essa mensalidade”, afirmou o ministro, em entrevista à Rádio Gaúcha.

Na avaliação de Weintraub, é preferível dar autonomia às universidades porque isso traria benefícios concretos “muito maiores” do que a cobrança de quem tem recursos.

“O debate que eu gostaria de fazer é os seguinte: se a graduação de um aluno de uma (universidade) federal é de, em média, R$ 450 mil para o pagador de imposto, por que não chegamos para esse aluno e dizemos que daremos a ele R$ 300 mil para se formar onde ele quiser?”, sugeriu o ministro.

Weintraub foi questionado na entrevista sobre a meta de colocar 1,7 milhão de crianças nas creches. Segundo ele, para que a meta seja batida, são necessários R$ 3,5 bilhões anuais.

“Esse é o custo de uma das maiores universidades federais do País, sendo que temos mais de 60. Quantos alunos atende uma universidade federal? Quarenta mil? Não é possível que o orçamento de uma universidade, apenas, custe mais do que o que custaria bater a meta de crianças na creche”, disse o ministro.

Na avaliação de Weintraub, também é chocante que o custo de um diploma em universidade pública “seja de R$ 450 mil”, enquanto nas melhores universidades privadas do País, segundo ele, o gasto “não chegue à metade disso”.

Novo Fundeb
O ministro foi enfático ao dizer que o novo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) distribuirá renda com base em resultados.

“Só Estado pobre recebe os recursos, o que é uma distorção porque você tem cidades ricas em Estados pobres recebendo dinheiro e, em contrapartida, municípios pobres em Estados considerados ricos, como o Rio Grande do Sul, sem receber nada”, comentou.

Weintraub deu o exemplo de uma governadora que teria ido ao Ministério da Educação (MEC) pedir mais recursos para a educação. “Eu lhe perguntei: minha senhora, cadê os resultados?”

De acordo com o ministro, ela teria respondido que não interessavam os resultados e, sim, os recursos. Embora não tenha citado nominalmente, a única governadora mulher do Brasil é a petista Fátima Bezerra, do Rio Grande do Norte.

Programa Mestre Artesão
O ministro ainda informou que “muito em breve” o MEC lançará o programa Mestre Artesão. “Mais uma coisa para desconstruirmos dos ‘esquerdófilos’, de que o trabalho manual não é digno.”

Segundo ele, o objetivo é capacitar mestres artesãos, “pessoas que têm conhecimento avançado sobre alguma atividade e que podem treinar aprendizes, ampliar o número de empregos e melhorar a educação”.

Weintraub não deu mais detalhes sobre o programa, mas disse que será lançado em breve.

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