Wagner: “Sherlock perguntaria a quem interessa” morte de Adriano
Senador pela Bahia retruca insinuações do presidente Jair Bolsonaro sobre operação policial na qual o ex-capitão Adriano da Nóbrega morreu
atualizado
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O senador Jaques Wagner (PT-BA) disse, nesta terça-feira (18/02/2020), que o presidente Jair Bolsonaro tenta arrumar culpados para encobrir crimes como a morte do miliciano Adriano da Nóbrega, morto na semana passada na Bahia, pela polícia. Adriano era suspeito de integrar o Escritório do Crime, organização investigada no inquérito sobre a morte da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, ocorrida há quase dois anos, no centro do Rio de Janeiro.
“Todo assassino tenta arranjar um culpado para tirar de perto dele a culpa. A história é a mesma. Todo mundo sabe. Sherlock Holmes [o célebre personagem criado por sir Arthur Conan Doyle, que costumava descobrir crimes à base de deduções e raciocínio lógico] perguntaria: a quem interessa a morte de Adriano? Não é ao governador da Bahia. Interessa, ao que tudo indica, à família Bolsonaro”, acusou Wagner. “De repente eles tentam construir uma versão fantasiosa, para tentar tirar do colo deles o que me parece bastante evidente.”
Além do senador pela Bahia, a presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), comentou as suspeitas levantadas por Bolsonaro e pelos seus filhos sobre as circunstâncias da morte de Adriano. A família Bolsonaro vem cobrando explicações do governador da Bahia, Rui Costa (PT), sobre a operação realizada pela polícia do estado.
“Eu não estou acompanhando isso e acho que o governador da Bahia está respondendo sobre essas questões. Bolsonaro tem que responder sobre essa relação com milicianos, e sobretudo com o Adriano. Quem empregava parentes desse rapaz era o filho dele [senador Flávio Bolsonaro]. Quem tinha relações e fez condecorações a esse rapaz foi a família dele”, disse Gleisi.