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Assisti no TED, conferência que tem como objetivo propagar, em poucos minutos, uma boa ideia para a plateia, uma palestra famosa da escritora Brené Brown intitulada “O poder da vulnerabilidade” e achei interessante o debate sobre o tema.
Na palestra, ela desconstrói a palavra vulnerabilidade, mas começa debatendo sobre necessidade de conexão do ser humano e a vergonha, que, segundo ela, vem do medo que todos temos de não ser bom o bastante, não ser bonito o bastante, não ser qualquer coisa o bastante, o que acaba por abalar as conexões humanas.
E é aí que entra a vulnerabilidade. Pois a base disso é justamente ela e para que a conexão que tanto necessitamos aconteça, temos que nos tornar vulneráveis e nos permitir sermos vistos.
Em seguida, Brown dissertou sobre a coragem. E de como essa era a característica em comum às pessoas que não têm medo de serem vulneráveis, daquelas pessoas com senso de amor e pertencimento. Coragem, vem de “cór”, que significa coração e a definição original era contar a história de quem você é com todo o seu coração.
O que essas pessoas tinham em comum, portanto, era a coragem de serem imperfeitos. Coragem de serem vulneráveis, coragem de terem compaixão por si próprios antes de terem para os outros e, por fim, essas pessoas tinham conexão e estavam dispostas a deixarem de ser quem as pessoas queriam que elas fossem, para serem quem elas eram de verdade.
Vulnerabilidade não é uma fraqueza, mas sim a melhor definição de coragem. Ela não é algo bom ou ruim, ela é o centro de todas as emoções e sensações. Quando estamos vulneráveis, o amor nasce, a alegria, a aceitação, coragem e empatia também.
Se abrir para o amor é bastante incerto, não é? Pois não temos nenhuma garantia que seremos amados de volta. Mesmo assim, você conseguiria viver sem amar e ser amado? Mesmo se você optar por viver sem relacionamentos e se isolar do mundo, ainda assim viveria vulnerável.
Porta do amor
A única escolha que temos é como iremos lidar com ela, com a incerteza e a exposição emocional. Devemos ter consciência de que, quando fugimos de emoções complicadas como medo, decepção, fracasso e críticas, também estaremos fechando a porta do amor, da realização e da criatividade.
O oposto da escassez é a plenitude, que em essência é a vulnerabilidade, ou seja, encarar os riscos, as emoções e ter coragem de ser imperfeito. Vivemos em um mundo impermanente e, portanto, estaremos sempre vulneráveis. Que tenhamos então um coração em paz e coragem para nos assumir imperfeitos e ficarmos em paz com isso. Afinal, temos que ser suficientes. Somos únicos, especiais e todos importamos, do jeitinho que somos, nessa existência linda que é a vida. Viva a vulnerabilidade.