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“Vocês vão se surpreender comigo”, diz Waldir Maranhão

O presidente interino da Câmara tem demonstrado disposição para seguir no cargo, mas encontra resistência de aliados de Eduardo Cunha (PMDB-RJ)

atualizado

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Geraldo Magela/Agência Senado
waldir maranhão
1 de 1 waldir maranhão - Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Em encontro com alguns deputados na manhã desta sexta-feira (6/5), o presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), voltou a demonstrar disposição em seguir no cargo. Diante do número significativo de parlamentares, principalmente da oposição, que dizem que o deputado não tem condições de presidir a Casa por sua inabilidade política, Maranhão mandou um recado: “Vocês vão se surpreender comigo”.

Desacostumado em conduzir o plenário da Casa, o deputado pediu que fosse organizada uma “pauta leve” em sua semana de estreia no comando da Câmara. Os colegas riram e informaram ao parlamentar que não há matérias “leves” em vista. Maranhão recebeu os deputados fora da Câmara e, até o momento, não veio ao gabinete.

Ontem, logo que chegou em seu gabinete, Maranhão recebeu o apoio de alguns parlamentares governistas, falou em pacificar a Câmara após o afastamento de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e propôs uma “agenda positiva” de votações para a próxima semana. De acordo com a vice-líder do governo, Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Maranhão autorizou que se prepare uma agenda de projetos para colocar em pauta em homenagem à semana que sucederá o “Dia das Mães”.

Destituição
Um grupo de parlamentares próximos a Cunha elabora estratégias para tirar Maranhão do cargo e desse modo eleger um deputado alinhado ao peemedebista na presidência da Câmara. Segundo aliados, o peemedebista disse que “fará o possível” para encurtar a passagem de Maranhão na presidência.

Apesar de não querer ver o vice-presidente em seu lugar, Cunha está consciente de sua fragilidade política. Ele sabe que não voltará mais ao cargo e que se for aprovado um pedido de cassação de seu mandato no Conselho de Ética, o plenário tende a referendá-lo.

Pela interpretação do regimento interno feita pela Secretaria Geral da Mesa Diretora, só seria possível eleger um presidente da Casa em caso de morte, renúncia ou perda de mandato, o que não é o caso de Cunha. Assim, Maranhão tem direito de permanecer presidindo interinamente a Câmara enquanto Cunha estiver afastado porque não foi declarada a vacância do cargo.

Algumas teses de afastamento de Maranhão estão em discussão, entre elas uma consulta à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para que declare o cargo de presidente da Câmara vago. Os defensores dessa estratégia dizem que se Cunha está afastado do mandato e não tem previsão de retorno, portando seria necessária uma nova eleição.

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