Vídeo: Secom nega que governo tenha propagado discurso antivacina
Secretaria de Comunicação da Presidência da República alega que falas do presidente Bolsonaro foram descontextualizadas pela imprensa
atualizado
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A Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom) divulgou, na manhã desta terça-feira (23/3), um vídeo no qual nega que o governo federal e seus representantes tenham propagado discurso antivacina.
Segundo a Secom, desde março de 2020 o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) já orientava todo o governo a buscar uma solução “verificada, testada, com celeridade, sem demagogia midiática”.
O vídeo, de quase três minutos, intercala falas do presidente proferidas nos últimos meses com manchetes de veículos de imprensa, as quais classifica como “mentira”. Na gravação, é defendido o processo de contratação de 562 milhões de doses de imunizantes pelo governo federal e a velocidade da aplicação.
A peça também cita a medida provisória assinada pelo presidente que destinou R$ 20 bilhões para garantir a vacinação da população brasileira.
Assista ao vídeo:
Sob comando do general Eduardo Pazuello, a gestão da crise pelo Ministério da Saúde é criticada por especialistas e parlamentares, que alegam letargia do governo na aquisição dos imunizantes e demora no ritmo de vacinação. De acordo com o site Our World in Data, ligado à Universidade de Oxford, o governo administrou 14,2 milhões de doses.
Na semana passada, para atender demanda de parlamentares insatisfeitos com o trabalho de Pazuello, Bolsonaro anunciou a indicação do médico Marcelo Queiroga para a Saúde, mas a troca já foi adiada por duas vezes. Agora, a expectativa é que as mudanças sejam oficializadas na próxima quinta-feira (25/3).
O presidente busca uma “saída honrosa” para Pazuello, que é investigado no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta omissão na crise do oxigênio em Manaus. Com a saída do ministério, ele perde o foro privilegiado.
Mudança de tom
A propagação do vídeo ocorre dias após a adoção de uma postura pelo presidente da República, que mudou o tom e passou a defender a vacinação contra a Covid-19.
Nos últimos meses, o mandatário fez insinuações sobre possíveis efeitos colaterais dos imunizantes e politizou a vacinação.
Em queda de braço com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), Bolsonaro questionou a eficácia da Coronavac e chegou a dizer que o governo não iria comprar “a vacina chinesa de João Doria”. O governador apadrinhou o imunizante, produzido no Brasil pelo Instituto Butantan, ligado ao governo paulista.