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Vídeo revela maços de dinheiro vivo em esquema do “líder” Beto Richa

MP do Paraná recebeu arquivo de imagens de um delator da Operação Radiopatrulha, que atribui ao ex-governador papel de chefe da organização

atualizado

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Reprodução
Beto Richa
1 de 1 Beto Richa - Foto: Reprodução

Vídeo entregue por um delator ao Ministério Público do Paraná no âmbito da Operação Radiopatrulha revela entrega de propinas em dinheiro vivo supostamente destinadas ao ex-governador Beto Richa (PSDB), preso nesta terça (11/9), sob suspeita de liderar organização criminosa para desvio de recursos públicos do Projeto Patrulha no Campo – contratos para manutenção de estradas rurais.

Além de Beto Richa, que renunciou em abril ao Executivo do Paraná para se candidatar ao Senado pelo PSDB, a Justiça decretou a prisão da mulher dele, Fernanda, e de um irmão do tucano, “Pepe Richa”. Também foi preso o braço-direito do ex-governador, Deonilson Roldo.

Confira vídeo publicado pela revista Veja:

O vídeo mostra repasse de dinheiro vivo efetuado por empresários ao ‘núcleo político’ da organização, da qual Richa seria o chefe, segundo os promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), braço do Ministério Público do Estado.

O arquivo, intitulado “Vídeo Whatsapp Video20180620 at 16.41.03 Celso Propina.webm”, foi levado aos promotores pelo delator Antônio Celso Garcia, o “Tony Garcia”.

As imagens mostram um empresário, em sua residência, entregando pacote de dinheiro relativo a 8% das verbas destinadas ao programa Patrulha no Campo.

“A maioria dos pagamentos foi feita dessa forma”, afirmou o colaborador. “Na verdade era uma guerra de quadrilha. E cada um se protegendo de uma maneira e de outra prá um não ferrar o outro. Era isso.”

O delator narrou “condutas criminosas cometidas por ex-agentes públicos que exerciam atividades junto à cúpula do Poder Executivo Estadual e grandes empresários locais, referentes à aquisição/locação de equipamentos para o programa do Governo Estadual denominado ‘Patrulha do Campo’, que consistia, basicamente, em implantar um sistema de readequações e melhorias das estradas rurais em todo o Estado do Paraná”.

O objeto do edital de concorrência sob nº 053/2011 – fornecimento de equipamentos e veículos novos, mediante locação – foi dividido em três lotes com valor total de R$ 72,1 milhões, não atualizados.

“Esse vídeo demonstra o modus operandi adotado para os pagamentos das propinas: maços de dinheiro vivo, depositados em envelopes, entregues na clandestinidade”, sustenta o Ministério Público.

Segundo os promotores, o vídeo, “apesar de curto, é bastante impactante” e “se encaixa perfeitamente em todo o contexto já exposto, das alterações dos editais, das reuniões criminosas realizadas, do agradecimento pelo pagamento do ‘tico-tico’ pelo Estado, dos repasses aos operadores do esquema, enfim, de todas as informações trazidas ao conhecimento da Justiça pelo colaborador”.

Os promotores estão de posse também de áudio que pegou Beto Richa com “Tony Garcia”. “A clareza dessa conversa é solar, no sentido de que o ex-governador do Estado do Paraná Beto Richa não só tinha ciência de todo contexto criminoso, mas, para além disso, era o líder da organização criminosa, razão pela qual era municiado com informações a respeito dos repasses ilícitos e dispensava ordens para as cobranças que se fizessem necessárias”, afirma a Promotoria.

O delator revelou, segundo a Promotoria, “acerto das propostas de preços e de outras ilegalidades que ocorreram em reuniões criminosas realizadas antes, durante e após o procedimento licitatório com os empresários e então integrantes do Poder Executivo, em especial com José Richa Filho (Pepe Richa)”.

Outro lado
A defesa do ex-governador Beto Richa até agora não sabe qual a razão das ordens judiciais proferidas. A defesa do ainda não teve acesso à investigação.

O advogado Roberto Brzezinski Neto, que defende Deonilson Roldo, afirmou que está analisando os autos e vai se pronunciar.

Governo do Estado está colaborando com todas as investigações em curso.

A governadora Cida Borghetti ressalta que não aceita nenhum tipo de desvio de conduta dos seus funcionários e que criou a Divisão de Combate à Corrupção para reforçar o combate à esse tipo de crime. Hoje a divisão esta fazendo buscas e apreensão em uma operação que combate fraudes a licitação

O Governo do Estado vai aguardar a divulgação de mais informações a respeito dessa fase da Operação Lava Jato para tomar outras providências.

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