Vídeo: Aras diz que recusa em aceitar derrota é “afronta à democracia”
As declarações foram dadas em 8 de agosto, a jornalistas estrangeiros, mas a gravação só foi divulgada pelo PGR nesta segunda
atualizado
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O procurador-geral da República, Augusto Aras, publicou em seu canal do YouTube, nesta segunda-feira (15/8), um vídeo no qual defende que, caso o presidente Jair Bolsonaro (PL) eventualmente se recuse a passar faixa presidencial, será uma “afronta à democracia”.
Aras ainda defende a diferença entre “retórica” e “discurso jurídico”. As declarações foram feitas durante uma conversa entre Aras e jornalistas estrangeiros, no dia 8 de agosto, mas os trechos foram publicados por ele nesta segunda.
“Nem quero crer que após 1º de janeiro, se o presidente não lograr êxito na eleição, ele permaneça no Palácio no Palácio/Alvorada, porque isso seria uma afronta à democracia. O que nós temos no Brasil é uma retórica política própria de cada candidato e nós procuramos sempre distinguir a retórica do discurso jurídico”, pontuou.
O PGR explicou que, no caso de uma eventual negativa à transmissão de poder, o rito “é prosseguido pelo Congresso Nacional”.
Ele ainda afirmou que não se preocupa com o que pode acontecer, “porque todas as instituições brasileiras estão comprometidas”.
“De qualquer forma, dentro do clima de normalidade democrática, que eu acredito que teremos, não nos preocupa o que vai acontecer, porque todas as instituições brasileiras estão comprometidas com o processo democrático, cientes da responsabilidade com o país, de maneira que não me preocupa, nesse momento, nenhuma medida judicial, porque é uma questão de legitimidade imaterial”, argumentou Aras no vídeo.
Veja a fala:
Bolsonaro permanecer no Palácio do Planalto em caso de derrota nas urnas seria “afronta à democracia”, diz Augusto Aras.
PGR postou nesta segunda-feira (15) trechos de uma entrevista concedida na semana passada. pic.twitter.com/NOsrNmMFYA
— Metrópoles (@Metropoles) August 15, 2022
No YouTube, Aras tem mandado recados relativos ao processo eleitoral deste ano, principalmente após falas do chefe do Executivo contra as urnas eletrônicas e o sistema de apuração.
No mesmo sentido, na última semana de julho, o procurador afirmou que o Ministério Público Federal (MPF) estará atento para a possibilidade de manifestações violentas no próximo 7 de setembro.
No ato do ano passado, insuflados pelo discurso do presidente, alguns simpatizantes e integrantes da base aliada do governo fizeram sérias ameaças a membros do Judiciário e a adversários políticos de Bolsonaro.
“Não deixamos que o 7 de setembro tivesse nenhum evento de violência. Eram movimentos espontâneos que espocavam em todo o país”, afirmou ele no vídeo.