Vice-líderes do governo se dizem contra a reforma da Previdência
Parlamentares da base governista criticam timing equivocado do Executivo a respeito das novas regras da aposentadoria
atualizado
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Deputados que exercem a função de liderança em partidos governistas na Câmara fazem duras críticas ao texto em debate da reforma da Previdência e dizem que não estão dispostos a dar nova cota de sacrifício pelo governo Michel Temer.
Às vésperas de ano eleitoral, parlamentares do PMDB, partido do presidente da República, afirmam que não estão preocupados com a decisão do partido em obrigar a bancada a votar a favor da proposta e até vice-líderes do governo na Casa revelaram abertamente ao Estadão/Broadcast que não estão convencidos a ajudar o Palácio do Planalto.
Mosquini – que diz não ser o primeiro da fila para expulsão do PMDB caso mantenha o voto contra a reforma – considera que já deu sua “cota de sacrifício” pelo partido ao ajudar a livrar Temer de duas denúncias da Procuradoria-Geral da República (PGR), mas que agora não pode “pagar sozinho”. “Não é hora de sacrificar meu mandato mais uma vez”, declarou.
Vice-presidente da Câmara dos Deputados, Fábio Ramalho (PMDB-MG) avisa que o governo também não contará com seu voto. O deputado mineiro alega que faltou ao governo articular um texto que passe no plenário e melhorar a comunicação com a sociedade. “O timing da reforma é que está fora. Não vejo ainda o momento adequado para votar. Mesmo com o esforço, não vai avançar agora.”
Representante do DEM no bloco dos vice-líderes do governo, Elmar Nascimento (BA) afirmou que vai ouvir primeiro o partido e os técnicos para definir como vai votar.
Também são contra a reforma os vice-líderes do governo Domingos Neto (PSD-CE), Lucas Vergílio (SD-GO) e Rogério Rosso (PSD-DF). José Rocha (PR-BA), líder da bancada, ainda está indeciso, e Pedro Fernandes (PTB-MA), da cota petebista, não quis revelar o voto.