Vice-líder do governo diz que Bolsonaro está tranquilo sobre denúncias
Líder Ricardo Barros (PP-PR) reúne nesta quinta, no Palácio do Planalto, deputados aliados do governo para tratar da reforma administrativa
atualizado
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O vice-líder do governo Evair de Melo (PP-ES) afirmou, nesta quinta-feira (1º/7), que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) está “supertranquilo” em relação às denúncias de corrupção nas negociações para aquisição de vacinas contra a Covid-19.
“O presidente está supertranquilo. O presidente é um homem que tem mostrado com uma envergadura pra conviver com essas adversidades do mundo político, do mundo público. Tá muito tranquilo, tá muito consciente, confia nas suas equipes e naturalmente o tempo é o senhor da razão e o tempo vai mostrar que o governo tá na direção, no caminho certo, de fazer aquilo que o Brasil precisa e merece. E naturalmente sabe que tem as turbulências do balanço do mar, mas nós vamos sobreviver de pé pelo bem do Brasil”, disse o deputado.
O jornal Folha de S.Paulo revelou, na noite de terça-feira (29/6), que o diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, exigiu propina de US$ 1 por unidade de vacina comprada ao empresário Luiz Paulo Dominguetti Pereira, que se apresenta como representante da empresa Davati Medical Supply. Dominguetti negociava a venda de 400 milhões de doses da vacina AstraZeneca.
Dominguetti afirmou que o diretor de Logística do Ministério da Saúde teria cobrado a propina durante jantar num shopping de Brasília. O acordo, todavia, não foi fechado.
Após a denúncia vir à torna, o Ministério da Saúde anunciou a exoneração do diretor na noite de terça-feira (29/6). A exoneração consta no Diário Oficial da União (DOU) de quarta-feira (30/6).
Reforma administrativa
Enquanto a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid ouve Dominguetti, o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), acusado de envolvimento nas denúncias, convidou deputados da base e outras lideranças para tratar da reforma administrativa no Palácio do Planalto.
Barros, que já foi ministro da Saúde na gestão Michel Temer (MDB), é apontado como um dos padrinhos políticos do ex-diretor Roberto Ferreira Dias. O parlamentar disse que Dias foi nomeado diretor no Ministério da Saúde em 2019, “quando não estava alinhado ao governo”. “Assim, repito, não é minha indicação. Desconheço totalmente a denúncia da Davati”, prosseguiu.
O ex-deputado federal Abelardo Lupion (DEM-PR) admitiu que indicou Roberto Ferreira Dias para o cargo de diretor de Logística do Ministério da Saúde. Lupion afirma que recomendou Dias por seu perfil técnico.
Segundo parlamentares, o encontro desta quinta-feira (1º/7) ocorre para que a equipe econômica apresente novas orientações em torno da proposta de reforma administrativa, que está em análise em uma comissão especial na Câmara. O ministro da Economia, Paulo Guedes, não participa do encontro.
“Estamos na expectativa, esperando o que a equipe econômica tem para trazer de novo”, disse o líder do PSL, Vitor Hugo (GO). “Agora acho que os líderes devem apresentar também algumas preocupações e a gente vai avançar na aprovação.”
A PEC nº 32, de 2020 foi apresentada pelo Poder Executivo em setembro de 2020. O texto mexe na forma de contratação, na remuneração e no desligamento de pessoal. Um dos pontos mais polêmicos é o fim da estabilidade. A PEC já foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça e é agora analisada por uma comissão especial. Em seguida, seguirá para análise do Plenário.